Sabe-se que as doenças cardiovasculares representam um dos maiores perigos à saúde das populações e que; encontrar soluções e terapias para essas doenças é de grande importância para a sociedade. Tais problemas de saúde apresentam uma grande diversidade etiológica e, portanto, é importante encontrar terapias que tratem dessas diversas origens e de suas causas patológicas. Em virtude de se descobrir novas ferramentas no tratamento das doenças cardiovasculares, o estudo de peçonhas, venenos, secreções animais, e seus derivados é importante se determina como uma fonte quase inesgotável de recursos. Dentre estes cabe salientar os peptídeos potencializadores de bradicinina (BPPs) como notáveis moléculas por conta da sua atividade farmacológica. Considerando o que foi expresso anteriormente, o objetivo do trabalho foi de demonstrar os efeitos e a capacidade que três BPPs (BPP-Bm01, BPP-Bax12, BPP-13a) tem sobre o sistema cardiovascular e os sistemas antioxidantes do organismo por metodologias in silico e in vitro. As avaliações in silico de ancoragem molecular realizadas em receptores ou enzimas relacionadas com o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA) e com o Sistema Antioxidante Celular (SAC) revelaram que para cada um dos alvos pelo menos um dos peptídeos em estudo conseguiu obter energias de interação mais alta que o respectivo ligante cristalográfico (ou fármaco padrão) do alvo, exceto para o receptor mineralocorticoide. Tais dados são interessantes uma vez que indicam possíveis mecanismos de ação para as propriedades vasodilatadoras encontradas no presente trabalho e na literatura, além de que iluminam possíveis mecanismos envolvidos na proteção do SAC de eritrócitos expostos ao estresse causado pela hiperglicose. Os BPPs em estudo apresentam grande potencialidade em relação a proteção contra o estresse oxidativo e a capacidade vasorelaxante de forma a sugerir a progressão para estudos in vivo.