AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTITUMORAL E TOXICOLÓGICA DA ESPÉCIE VEGETAL Mimosa caesalpiniifolia Benth
Citotoxicidade, Atividade Antitumoral, Mimosa caesalpiniifolia, Toxicidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o câncer está se tornando a maior causa de morte no mundo, deixando para trás o coração e a doença vascular. Na luta contra o câncer, a procura de novas entidades químicas, com propriedades quimioterápicas, é realmente necessária, e vários métodos têm sido utilizados para adquirir compostos, incluindo o isolamento a partir de plantas. O tumor murino Sarcoma 180 (S-180) é bastante útil na pesquisa da atividade citotóxica in vitro e antitumoral in vivo. Os testes de potenciais propriedades na fase de descoberta de novos produtos farmacêuticos inclui a avaliação da segurança, incluindo a toxicologia geral. A espécie vegetal Mimosa caesalpiniifolia ocorre naturalmente no nordeste do Brasil. As folhas, verdes ou secas, são forrageiras. Sua folhagem é considerada uma valiosa fonte de alimento para ruminantes, pois possuem alto valor nutricional. As flores são melíferas e a casca tem sido usada em medicina caseira. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial antitumoral e a toxicidade da fração diclorometano (FDCM) da casca do caule da espécie vegetal Mimosa caesalpiniifolia em linhagens celulares tumorais e em camundongos transplantados com o S-180. Primeiramente, foi realizada uma revisão de literatura sobre o tumor Sarcoma 180, nas bases de dados Scielo, PubMed, Science Direct, Scopus e Periódicos Capes. A FDCM foi avaliada quanto a sua capacidade citotóxica in vitro frente a 4 linhagens de células tumorais mantidas em cultura pelo método do MTT e frente ao S-180, pelo ensaio Alamar Blue, após 72 h de exposição. O efeito da FDCM sobre a viabilidade das células do S-180 foi analisado através da exclusão por Azul de Tripan, nas concentrações de 5, 25 e 50 μg/mL. Para o teste in vivo, a FDCM foi administrada nas doses de 50 e 100 mg/Kg/dia, durante 7 dias consecutivos, por via intraperitoneal, em camundongos transplantados com o S-180. Para avaliar a toxicidade da FDCM entre células normais, utilizou-se o método do Alamar Blue e células mononucleares do sangue periférico (PBMC) humano. Os parâmetros bioquímicos e hematológicos foram pesquisados em camundongos nas mesmas dosagens do teste antitumoral. A FDCM apresentou CI50 variando entre 4,7 e 7,1 µg/mL pelo MTT e 29,0 µg/mL pelo Alamar Blue e diminuiu significativamente o número de células viáveis. No teste in vivo, foram obtidos percentuais de inibição tumoral de 64,8 ± 5,3% e 80,0 ± 8,4%, para 50 e 100 mg/Kg/dia, respectivamente, em relação ao controle negativo. O valor determinado de CI50 para a FDCM em PBMC foi de 9,1 µg/mL. A avaliação dos parâmetros bioquímicos mostrou pequena alteração na AST do grupo tratado com FDCM 100 mg/Kg/dia. Algumas flutuações hematológicas na contagem diferencial dos leucócitos foram observadas nos grupos tratados com a FDCM. Pôde-se concluir que, diante do grande número de documentos encontrados com o S-180, poucos são aqueles que esclarecem sobre as características e informações mais específicas desse modelo experimental. A FDCM mostrou-se ativa para a atividade antitumoral em testes realizados in vitro e in vivo, em células tumorais e em animais transplantados com o S-180. A citotoxicidade em PBMC humano tem menor seletividade quando comparada com algumas linhagens de células tumorais e as alterações nos parâmetros bioquímicos e hematológicos não são relevantes. Dessa forma, a FDCM e seus componentes são promissores para investigação mais profunda da atividade antitumoral.