A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal de origem não conhecida, caracterizada
pelo acometimento focal, assimétrico e transmural de qualquer porção do tubo digestivo, da boca ao
ânus. Apresenta-se sob três formas principais: inflamatória, fistulosa e fibroestenosante. Os segmentos
do tubo digestivo mais acometidos são íleo, cólon e região perianal. Grande parte dos pacientes
necessita de tratamento medicamentoso prolongado e, muitas vezes, por tempo indeterminado.
Diretrizes atuais para os testes de genotoxicidade de medicamentos sugerem a importante utilidade de
ensaios que detectem a possivel ocorrência de danos ao DNA em pacientes que necessitam utilizar
medicamentos de forma crônica. O objetivo geral deste trabalho foi identificar possíveis lesões ao DNA
e correlacioná-las com o tratamento medicamentoso dos pacientes portadores de Doença de Cronh
assistidos pelo Hospital Universitário do Piauí – HU UFPI. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética do HU UFPI (C.A.A.E. 67293517.0.0000.8050) e foi feita a partir de um estudo experimental,
descritivo, observacional e retrospectivo. A pesquisa foi realizada no período de agosto a novembro de
2017, através do acompanhamento farmacoterapêutico de 70 pacientes com DC atendidos no Hospital
Universitário da UFPI que aceitaram participar da pesquisa. Paralelo ao acompanhamento
farmacoterapêutico, foram coletadas amostras de mucosa bucal de todos os participantes, as quais foram
submetidas aos testes de Micronúcleo e teste do Cometa para identificar possíveis danos ao DNA das
células destes pacientes. O perfil de pacientes do presente estudo foi de indivíduos com prevalência do
gênero feminino, etnia parda, graus de escolaridades e ocupações variadas e a maioria com estado civil
casado. Os fármacos identificados para o tratamento da DC utilizados pelos pacientes em estudo foram
mesalazina, infliximab, azatioprina, sulfassalazina e prednisona, em diferentes dosagens e posologias,
isoladamente ou em associações entre si. As mostras de mucosa coletadas foram processadas e as
lâminas estão em fase de leitura e análise, tanto para o Teste do Cometa quanto para o Teste de
Micronúcleo.