Estudo fitoquimico de Platonia insignis (bacuri) direcionados para o tratamento do Mal de Alzheimer
1,3-diestearil-2-oleil-glicerol, Fitomedicamentos, Platonia insignis Mart..
A utilização cada vez maior de plantas medicinais na cura ou prevenção de doenças tornou o extrativismo dessas, uma alternativa obrigatória na agricultura nacional e na medicina popular. No primeiro capítulo foi realizada uma revisão da literatura, a espécie Platonia insignis Mart., popularmente conhecida como bacuri pode ser considerada uma fonte promissora de compostos bioativos para o delineamento de novos fitomedicamentos. Dentre os extratos foi verificado que os mais estudados foram o hexânico, etanólico e o metanólico. Nesses extratos foram investigadas diversas propriedades farmacológicas: antioxidante, antiinflamatória e cicatrizante. E a atividade antioxidante apontada nessa espécie pode está diretamente relacionada ao teor de fenóis totais. Além desses, foi determinado o composto garcinielliptona FC (GFC) inédito no gênero, que demonstrou potencial antioxidante, Os achados encontrados na literatura indicam que a espécie P. insignis Mart., apresenta extratos e compostos que podem ser melhor caracterizados para sua utilização na formulação de novas formas farmacêuticas. No segundo capitulo foi avaliada a toxicidade aguda do composto 1,3-diestearil-2-oleil-glicerol (TG1), um derivado da trioleína, isolado do extrato hexânico da semente de P. insignis Mart. O estudo foi realizado em modelos animais fazendo uso de Ratos Wistar (250-280 gç 2 meses de idade), após administração via oral na dose de 30 mg kg-1, durante 30 dias, por meio da análise dos parâmetros comportamentais, hematológicos e bioquímicos. Foi realizada ainda uma análise histopatológica das áreas cerebrais hipocampo e corpo estriado, e do fígado. Quanto aos parâmetros comportamentais, os animais não apresentaram comportamento fora do padrão. E o único sinal clinico indicativo de intoxicação, foi a piloereção. Nas análises hematológicas não foi observado nenhuma alteração. Nas determinações bioquímicas, apenas as transaminases revelaram uma discreta alteração. Os histopatológicos não apontaram alterações para as áreas cerebrais. A análise histológica do fígado revelou uma poliploidia hepática, características morfológicas desse órgão. Esse composto até o momento não apresenta relatos na literatura. No terceiro capítulo foi estudado as propriedades anticolinesterásica e antioxidante do TG1, uma vez que o extrato hexânico apresentou resultado positivo para atividade anticolinesterásica, e por esse composto ter sido extraído de uma espécie rica em fenóis totais, portanto propensa a ter atividade antioxidante. A atividade anticolinesterásica foi confirmada qualitativamente em cromatografia de camada delgada e quantitativamente com uma concentração inibitória 50% (IC50) de 4,38 µg/mL. Os testes antioxidantes in vitro foram desenvolvidos por meio das metodologias como substancias reativas com o ácido tiobarbitúrico (TBARS), sequestramento de radicais nitrito e radicais hidroxila. Os resultados apresentados foram dose-dependentes, nas três técnicas e a dose de 7,2 µg/mL do TG1 reduziu em 49,95% a produção de nitrito, 74,05% na produção de TBARS e removeu o radical hidroxila em 83,79%. Ainda nesse capítulo, foi estudado o papel desse composto sobre a memória de ratos. Após o tratamento agudo por adiminstração via oral do TG1 na dose de 30 mg kg-1 durante 30 dias consecutivos, foram realizados os testes de memória Labirinto aquático de Morrison, Teste Esquiva Passiva e Teste do labirinto em T elevado. Os resultados desses testes apontam para um possível melhora na retenção da memória dos animais. Porém mais estudos são necessários futuramente para corroborar com esse achado. Os estudos fitoquímicos e farmacológicos já realizados com extratos e compostos isolados da espécie P. insiginis Mart. e citado acima, indicam que o composto isolado pode ser uma fonte promissora para a elaboração de possíveis fitomedicamentos a partir dessa esécie, bastante consumida no Nordeste do Brasil. As propriedades apresentadas pelo TG1 como anticolinesterásica e antioxidantes podem ser importantes para a elaboração de um possível medicamento que possua uma das propriedades farmacológicas já identificadas, com ação na terapêutica no Mal de Alzheimer.