A espécie Physalis peruviana, família Solanaceae, conhecida popularmente como camapú e joá-de-capote no Brasil,
uchuva na Colômbia, hosuki no Japão, em países de língua inglesa é conhecida como golden berry e golsenberry. Possuí
diversas propriedades biológicas já relatadas na literatura e pode ser utilizada como medicamento, alimento, especiaria e
matéria-prima para a indústria. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um produto em pó à base de colágeno
hidrolisado e extrato padronizado de fruta, com compostos bioativos agregados, por secagem em spray dryer. Para
avaliar as tecnologias já desenvolvidas com a espécie, realizou-se uma prospecção científica e tecnológica. A prospecção
tecnológica foi baseada nos depósitos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Organização
Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), Banco Europeu de Patentes (EPO) e no Banco Americano de Marcas e
Patentes (USPTO). A prospecção científica foi realizada por meio levantamento de artigos científicos em bases de dados
especializadas (PubMed, Web of Science e Scopus), os descritores utilizados foram “Physalis-peruviana” e “Physalis-
peruviana” associada a medicamento, cosmético, alimento, constituintes químicos e atividade biológica nos idiomas
inglês e português. Para obtenção do extrato fluido foi realizado um planejamento fatorial e o produto final foi obtido por
secagem em spray drying com diferentes proporções de colágeno e adjuvante de secagem (dióxido de silício coloidal e
maltodextrina), mantendo a mesma concentração de extrato fluido a fim de avaliar as propriedades reológicas dos
extratos secos. Após caracterização quanto às propriedades de fluxo, umidade residual, higroscopicidade e perfis
cromatográficos, otimizou-se o processo de secagem. A prospecção científica e tecnológica mostrou o potencial da P.
peruviana para a indústria, considerando a sua aplicação no setor de alimentos e farmacêutico. A composição química e
as atividades biológicas já comprovadas de P. peruviana, motivam o desenvolvimento de novas tecnologias que possam
contribuir na prevenção e tratamento de agravos a saúde como câncer, infecções, doenças inflamatórias entre outras. O
fruto foi o farmacógeno mais estudado, apresentando diferentes compostos dos quais se destacam: fenóis, polifenóis,
flavonoides, saponinas, taninos, alcaloides, terpenoides, glicosídeos, fitoesteróis. Embora a literatura contenha um
número significativo de artigos que tratam da atividade biológica da P. peruviana, não foram encontrados relatos de
beneficiamento tecnológico que propicie aplicabilidade na indústria farmacêutica. É importante ressaltar que para a
indústria requer matéria-prima com padrões de qualidade e segurança estabelecidos que garantam sua reprodutibilidade
quando incorporados em um artefato farmacêutico. Em relação aos extratos secos obtido, a secagem por spray drying se
mostrou uma alternativa viável quando incorporados aos adjuvantes de secagem. Os extratos secos tiveram bom
rendimento de secagem (60-70%) e a adição de adjuvantes tecnológicos permitiu obter extratos secos com melhores
características reológicas. Além disso, a secagem por spray drying não interferiu na composição dos extratos.