A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatório intestinal (DII) que acomete grande parcela da
população mundial e que, dentre as causas estão o desbalanço neuroimune, inflamatório, hormonal bem
como autonômicos. O exercício físico tem sido considerado uma estratégia benéfica no controle da
sintomatologia das DII. Entretanto, ainda não se sabe como o exercício físico pode modular as alterações
autonômicas em situações de doenças gastrintestinais. Esse estudo visou investigar os efeitos do exercício
físico, sobre as alterações gastrintestinais, parâmetros alimentares e autonômicos em ratos com ileíte.
Ratos machos Wistar, (260-300g), foram divididos em controle; ileíte e exercício+ileíte. O grupo controle
recebeu 1mL de solução salina 9% intraileal, grupo ileíte foi administrado ácido 2,4,6-
trinitrobenzenosulfónico (TNBS) (40mM, 1mL) intraileal, grupo exercício+ileíte realizou natação (1h/dia/4
semanas, 5% do peso corporal) após as 4 semanas foi induzida a ileíte. No delta peso o grupo controle
apresentou maior ganho (P<0.05) quando comparado ao grupo ileíte, assim como o grupo exercício+ileíte
quando comparado a ileíte. Na composição corporal foi possível observar um aumento significativo na água
total no grupo ileíte o que foi prevenido pelo exercício. Nos parâmetros gastrintestinais a ileíte causou uma
maior retenção no duodeno e jejuno (P<0.05) e diminuição significativa na retenção intestinal no íleo(P<0.05) quando comparado ao grupo controle. No grupo treinando houve uma diminuição (P<0.05) na
retenção gástrica, retenção intestinal no duodeno no jejuno e aumento de retenção no íleo. No
eletrocardiograma (ECG) o exercício+ileíte diminuiu (P<0.05) a frequência cardíaca (FC) quando comprado
ao grupo ileíte. Nos parâmetros de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) o componente LF diminuiu
significativamente (P<0.05) no grupo exercício+ileíte quando comparado ao grupo ileíte. A relação LF/HF
mostrou que os grupos ileíte e exercício+ileíte apresentaram uma redução significativa (P<0.05) em
comparação ao controle. Em termos de correlação linear, observamos uma inter-relação mais forte entre o
componente LF e a retenção intestinal no íleo. Este estudo sugere que a ileíte pós-inflamatória altera a
motilidade gastrintestinal e o equilíbrio autonômico, e o exercício pode representar uma importante
abordagem não farmacológica em situações de DII.