A neuropatia causada por quimioterapia, um efeito colateral neurotóxico limitante de dose, frequentemente leva à interrupção do tratamento. Cerca de 30 a 70% dos pacientes tratados com paclitaxel experimentam neuropatia periférica devido à combinação de medicamentos e à posologia. Diante da prevalência significativa de neuropatia em indivíduos que passaram por tratamentos de quimioterapia e da crescente necessidade de novas abordagens terapêuticas, incluindo aquelas fundamentadas em recursos naturais, torna-se imperativo investigar substâncias capazes de mitigar esse efeito adverso. Compostos naturais de plantas são frequentemente utilizados para tratar várias condições patológicas devido às opções de tratamento superiores e efeitos colaterais mínimos. O óxido de rosa, monoterpeno presente em vários óleos essenciais, demonstrou atividade anti-inflamatória ao inibir a produção de IL-1β e a migração de leucócitos. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito do óxido de rosa em modelos animais de dor neuropática induzida por antineoplásicos em ratos. A dor neuropática foi induzida por paclitaxel na dose de 20 mg/kg via i.p. durante quatro dias consecutivos e tratada com e óxido de rosa nas doses de 12,5; 25 e 50 mg/kg e após esse período foram realizadas análises comportamentais (alodinia mecânica de Von Frey, teste da acetona e campo aberto), bioquímicas, hematológicas e avaliação do estresse oxidativo (níveis de malondialdeído). Os resultados obtidos sugerem que o óxido de rosa apresenta atividade antinociceptiva em modelos animais de dor neuropática induzida por antineoplásico em ratos, onde o óxido de rosa mostrou-se eficaz em diferentes doses, sendo a dose de 50 mg/Kg a mais eficaz, sugerindo que seus efeitos são dose-dependentes. Além disso, o tratamento com óxido de rosa não apresentou efeitos adversos significativos em parâmetros bioquímicos e hematológicos, com exceção da dose de 12,5 mg/Kg de OR afetou os níveis de creatinina e todas as doses as de TGP, enquanto a dose mais alta (50 mg/Kg) causou alterações nas proteínas totais e na albumina, sugerindo uma ligação mais forte com proteínas plasmáticas. Por fim, O tratamento com OR 25 mg/Kg alterou significativamente os níveis de malondialdeído (MDA). Esses resultados sugerem que o uso de óxido de rosa pode ser uma opção promissora para o tratamento da dor neuropática induzida por antineoplásico em seres humanos, embora sejam necessários mais estudos para confirmar esses achados e avaliar a segurança e eficácia.