"Análise da Atividade Antioxidante e Citotóxica de Extratos de Plantas do Semiárido Nordestino".
Antioxidante. Citotoxicidade. Plantas. Semiárido brasileiro
O câncer é definido como um conjunto de doenças nas quais ocorrem desordens genéticas que interferem no processo normal de divisão celular. O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, estimada em cerca de 20% do número total de espécies do planeta. Dentro desse cenário o bioma Caatinga no semiárido nordestino se destaca com um número considerável de espécies vegetais utilizadas empiricamente por suas propriedades terapêuticas. Esse trabalho teve como objetivo investigar a atividade antioxidante e o potencial citotóxico de amostras obtidas a partir de plantas endêmicas do bioma semiárido brasileiro. No estudo de revisão, concluiu-se que poucas são as espécies que foram e/ou estão sendo pesquisadas com vista ao seu potencial antineoplásico apesar da gama de espécies presente na Caatinga. Nos ensaio antioxidante utilizando o radical 2,2-azobis-(3-etilbenzotiazolina-6-sulfonato) (ABTS•+), os extratos etanólicos obtido das folhas das espécies Combretum mellifluum e Terminalia actinophylla apresentaram os melhores resultados com capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) igual a 31,4 mM de Trolox/g. Para o ensaio utilizando o radical 2,2-difenil-1picril-hidrazil (DPPH•), a fração aquosa dos galhos da espécie Oxandra sessiliflora apresentou TEAC 3,5 mM de Trolox/g. Nos estudos de toxicidade aguda com Artemia salina, a fração diclorometânica das folhas da espécie Anadenanthera colubrina revelou uma CL50 de23,75 µg/mL. A fração diclorometano da casca da espécie Mimosa caesalpiniifolia apresentou potencial citotóxico promissor com CI50 variando entre 4,7-7,1 μg/mL para as linhagens SF-295 (glioblastoma), OVCAR-8 (carcinoma do ovário), HL-60 (leucemia promielocítica) e HCT-116 (carcinoma colorretal). A concentração eficaz para causar 50% do efeito máximo esperado apresentou valores entre 13,2-48,5 µg/mL, para a fração hexânica da casca da espécie Platonia insignis e para os extratos etanólicos das folhas das espécies Combretum mellifluum e Terminalia actinophylla, sugerindo que a ação citotóxica seja por dano a membrana plasmática da célula. O extrato etanólico da folha da espécie Combretum duarteanum, apresentou atividade antioxidante in vitro por meio da capacidade de remoção de radicais hidroxila e do óxido nítrico e na avaliação da peroxidação lipídica com a redução do ácido tiobarbitúrico (TBARS). A espectroscopia de varredura por UV-Vis e a análise por cromatografia em camada delgada analítica (CCDA) se mostraram como uma ferramenta útil na identificação inicial de algumas classes de metabólitos secundários, como terpenoides e flavonoides. O levantamento prospectivo sobre espécie Mimosa caesalpiniifolia mostrou que as patentes foram depositadas em maior número nas bases WIPO (Word Intellectual Property Organization) e EPO (European Patent Office), com classificação internacional principalmente do tipo A61K (ciência médica ou veterinária e higiene) e A23L (alimentos, produtos alimentícios ou bebidas não alcoólicas). As produções cientificas estão alocadas principalmente nas áreas de medicina, farmacologia, toxicologia e farmacêutica e bioquímica, genética e biologia molecular, com ápice de publicações a partir de 2010.