Estimativa do consumo, digestibilidade da matéria seca e metabolismo mineral ósseo em ovelhas deslanadas suplementadas no pré e pós-parto.
Fosfatase alcalina, Morada Nova, produção fecal, suplementação, Santa Iês
Objetivou-se avaliar diferentes indicadores na estimativa do consumo, digestibilidade da matéria seca, bem como o metabolismo mineral ósseo em ovelhas deslanadas suplementadas a pasto no pré e pós-parto. Foram utilizadas 24 ovelhas, sendo 12 da raça Morada Nova e 12 da raça Santa Inês distribuídas em delineamento inteiramente casualizado (DIC) em arranjo fatorial (2x5), sendo dois níveis de suplementação (0,5 e 1,5% do PV) e cinco períodos experimentais. Para as estimativas do consumo e digestibilidade foram utilizados a Lignina Purificada e Enriquecida (LIPE®) como indicador externo e a Fibra em Detergente Neutro, Fibra em Detergente Ácido indigestíveis (FDNi, FDAi) e Matéria Seca Indigestível (MSi) como indicadores internos. Para a avaliação o metabolismo mineral foram realizadas analises séricas de Cálcio, Fósforo, Magnésio e fosfatase alcalina mediante utilização de kits comerciais. As coletas de fezes, sangue e pasto para as análises foram realizadas em diferentes períodos, durante a realização do experimento. Para as ovelhas de ambas as raças o consumo de matéria seca total (CMS) foi influenciado (P<0,05) pelo tratamento, período, indicador, além das interações entre período vs indicador e tratamento vs indicador. O CMS estimado pela MSi diferiu (P<0,05) do estimado pela FDAi e FDNi os quais foram semelhantes (P>0,05). A digestibilidade da matéria seca (DMS) nas ovelhas Morada Nova e Santa Inês foi influenciada (P<0,05) pelo tratamento, período, indicador, além das interações entre tratamento vs período, tratamento vs indicador e período vs indicador. Para todos os indicadores utilizados, foram observados valores de digestibilidade mais elevados nos animais que receberam suplementação concentrada a 1,5% do PV em relação aos que receberam 0,5% do PV. A DMS obtida pela FDNi e FDAi apresentaram comportamento semelhante em ambos os tratamentos, onde observou-se melhor digestibilidade no segundo período de avaliação com médias de 31,93 e 32,83% (FDNi e FDAi), respectivamente, quando receberam 0,5% do PV, e 63,33 e 62,22%, quando os animais foram suplementados com 1,5% do PV. A MSi apresentou maior DMS, quando comparada a FDNi e FDAi, com 68,56% no segundo período de avaliação. A suplementação concentrada influenciou o consumo de MS total, onde os maiores valores foram registrados para os animais recebendo maior nível de suplementação. No quinto período de avalição os animais apresentaram o menor consumo e menor digestibilidade de MS em relação aos demais períodos. Os resultados de consumo e digestibilidade foram subestimados pelos indicadores utilizados. Na avaliação do metabolismo mineral das ovelhas Morada Nova, foi observado efeito significativo (P<0,05) do período para valores médios de cálcio (Ca), fósforo (P) e fosfatase alcalina (FA). Não foi observado efeito significativo (P>0,05) para as concentrações de magnésio (Mg). Para a raça Santa Inês foi observado que o nível de suplementação influenciou apenas a concentração de P (P<0,05), onde os maiores valores foram observados nos animais que receberam 1,5% do PV em concentrado. Houve efeito (P<0,05) do período para os valores médios de concentração sérica de P, Mg e FA, sendo as menores concentrações observadas ao redor do parto. Tanto na raça Morada Nova quanto na raça Santa Inês os indicadores do metabolismo mineral foram mais sensíveis ao estágio fisiológico do que ao nível de suplementação concentrada, podendo-se concluir que os animais precisam de maior atenção no momento próximo e imediatamente pós-parto.