GÊNERO E RAÇA NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: há outras epistemologias na prática educativa de formação docente?
Formação docente. Raça. Gênero. EaD. Epistemologia. Prática educativa.
Esta tese investiga quais significados foram produzidos sobre as noções de gênero e raça no Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (GPP-GeR), desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), na modalidade de educação à distância, no período de 2011 a 2013, destacando suas implicações na formação ou não de uma nova cultura de práticas educativas de formação docente. Tem sustentação em autores/as como: Bernardo (2003), Boakari (1994, 2012), Bourdieu (1989, 1996, 2004a, 2004b), Butler (2012), Cardoso (2012), Carneiro (1994, 2001), Foucault (1988, 1996, 2002, 2005, 2012), Geertz (2008), Gomes, A. (2002, 2010), Gomes, N. (1995, 2010), Ibiapina (2013), Lauretis (1994), Louro (2000, 2004), Morin (2007), Motta (2002, 2003), Quijano (2010), Santos (2006, 2008, 2010), Scott (1995, 1999) e Werneck (2010). Analisa os significados de gênero e raça em três redes: a) A primeira trata da ontologia histórica do século XXI e de nós mesmos. É uma visão retrospectiva de experiências individuais em diálogo com as pressões políticas e sociais; b) A segunda aborda o recorte epistemológico e metodológico qualitativo na lógica dialética. Usa a etnografia (interpretação da interpretação), aplicada à ambientes virtuais, a interdisciplinaridade e produz dispositivos analíticos de processos e produto, visando à análise dos significados de gênero e raça de dez (10) cursistas/docentes dos polos de Caxias, Codó e Humberto de Campos, e por fim, c) A rede de ruptura e continuidade, caracteriza o curso GPP-GeR em suas dimensões institucional, pedagógica, sociopolítica, cultural e tecnológica e argumenta sobre as implicações dos significados de gênero e raça na produção de intervenções políticas e epistemológicas na prática educativa de formação docente. Sinaliza ruptura com os pensamentos “substancialistas” e “abissais”, mediante atitudes próprias de “intelectuais engajados”. Destaca a atuação destes intelectuais na região mediana marcada por condições de invisibilidades e silenciamentos quanto à produção de conhecimentos de gênero e raça, já que não se integra na lógica da ciência moderna. Essas implicações consistem na ampliação de acesso, participação e intervenções, produzindo uma “nova cultura”, cujos significados estimulam e fortalecem os docentes a abandonarem seu isolamento quase absoluto na epistémê europeia, aprofundando os tensionamentos entre continuidades e rupturas ou vice-versa, cujas experiências podem incentivar novos questionamentos para saberes renovados, sendo imprescindível o cuidado com a sua publicidade.