Os problemas relacionados à drogadição estão associados a diversos fatores, como as injustiças, as exclusões, os preconceitos e as desigualdades. Esta pesquisa de cunho quanti-qualitativo é antes de tudo uma denúncia do quadro de extermínio de juventudes empobrecidas no Brasil que vivem em situação de narcotráfico. Diversos jovens em situação de vulnerabilidades sofrem com uma “epidemia de indiferença” e muitos são seduzidos por uma complexa rede criminosa, a narcoeconomia. Nesta tese abordo o papel de docentes de escolas públicas como agentes de prevenção ao uso indevido de substâncias psicoativas. Como promotores dos Direitos Humanos e da cidadania, tais profissionais e outros atores/atrizes sociais são chamados/as a engajarem-se num ideal de transformação social, a partir da defesa de coletivos sócio-raciais historicamente negligenciados pelas políticas públicas e tornados/as, assim, subcidadãos e subcidadãs. Ensejo, pois, o fortalecimento da tríade escola-família-comunidade, a partir de um plano específico de formação continuada de docentes. Dessa forma, as investigações que por esta iniciativa foram realizadas, cujo tipo insere-se numa perspectiva interventiva, têm como objetivo reflexões que possam, posteriormente fomentar o desenvolvimento de práticas educativas com mães e pais de crianças, adolescentes e jovens, docentes no intuito de minimizar os fatores de risco e maximizar fatores de proteção no que se refere ao uso indevido de substâncias psicoativas. Foram utilizados como instrumentos de produção de dados, entrevistas, questionários, oficinas, observação, relatórios, levantamentos estatísticos entre outros. Foram utilizadas metodologias diversificadas, pautadas na perspectiva interventiva e na reflexividade. Como aporte teórico, este trabalho traz os seguintes autores: Souza (2009) e Liberali (2010) que auxiliaram nas discussões acerca da formação docente. Nas discussões mais gerais sobre Desigualdades, diversidades e exclusão social e ainda no que se refere ao narcotráfico o diálogo foi estabelecido, sobretudo com Cruz Neto et al (2013), Feffermann (2006) e Brito (2011), sobre as juventudes, estabeleço diálogos com Groppo (2004, 2010, 2015), Cassab (2011), Adad (2011, 2013), Olinda (2013, 2014), Bomfim (2006, 2014) e Melucci (1997, 2001, 2005), Agamben (2007) entre outros/as teóricos.