O gênero na relação com a formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia é o tema gerador desta pesquisa. O objetivo geral é de analisar experiências, saberes, lugares e obstáculos do gênero cartografando, sociopoeticamente, na relação com a formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia da UFPI. Tem como objetivos específicos: descrever experiências do gênero na relação com a formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia; identificar quais lugares na relação com a formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia o gênero ocupa; identificar os obstáculos do gênero na formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia; e cartografar, sociopoeticamente, experiências, saberes, lugares e obstáculos do gênero na relação com a formação inicial de jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia. Para a produção dos dados, a pesquisa utilizou a metodologia Sociopoética, prática social de construção do conhecimento, à luz da teoria de Gauthier (1998, 1999, 2003, 2005, 2012), Adad (2005, 2011, 2014), Petit (2014, 2015). A metodologia se deu em dois momentos: como pesquisa documental e como pescurso (=pesquisa+curso) sociopoético que formou as copesquisadoras em Mutagogia, possibilitando a elas pensar o gênero de diferentes jeitos na formação. Os problemas e confetos (conceitos + afetos) foram produzidos com as técnicas artísticas “Mutante do Gênero”, e seu desdobramento, “Mapa Vivo do Gênero”, que quando analisados, levam a dimensões do pensamento do grupo-pesquisador, como: “Autotransformação e descolonização de gênero na formação inicial” – as copesquisadoras apontam as contribuições do pescurso para autotransformação das feminilidades e mudanças no modo de pensar o gênero para além do instituído; “Diferentes Formações na relação com o gênero” – elas pontuam formações que excluem a diferença, que silenciam os corpos, distorcem os sentidos do gênero, tornando-o pejorativo, que têm medo, por isso se desviam, mas, também, anunciam aquelas que se misturam, reúnem e não se desviam da diferença de gênero; “Gênero nos espaços de convivência da UFPI” – potencializa espaços de convivência e descreve a UFPI como espaço de saberes múltiplos para a trajetória da formação, lugar de toque, abraços e afetos, mas que deixa de ser lugar de sabedoria e passa a ser de exclusão quando a diferença não é respeitada, não é acolhida e vista como anormalidades; e “Dificuldades da discussão de gênero na formação inicial” – faz emergir os conflitos, a falta da escuta às pessoas, as barreiras, os tabus, os medos, as exclusões, as normalizações do gênero e outros interditos da formação. Essas dimensões do pensamento do grupo-pesquisador corroboram para a tese de que as jovens mulheres discentes do curso de Pedagogia produzem saberes, experiências e lugares do gênero na formação inicial para além dos modos instituídos de ser masculino e de ser feminino e potencializam outras formas de ser, de existir, de agir, de aprender e de ensinar entre interditos no curso de Pedagogia da UFPI. Em vista disso, as copesquisadoras, ao produzirem conhecimento, criam, também, uma nova Epistemologia Feminista Sociopoética, quando relatam os seus conceitos e problemas, as suas histórias por si mesmas e do seu lugar de fala, oportunizando mutações do gênero na formação inicial.