No Brasil, é notório que o crime de racismo, atravessa todas as instituições sociais, e, afeta psicologicamente, boa parte da sociedade. Diante dessa conjuntura, o psicólogo como profissional responsável pelo tratamento das desordens mentais assume papel importante, seja na perspectiva da prevenção de problemas, e/ou na promoção de saúde mental da população. Entretanto, estaria a/o psicóloga/o sendo “formada/o” para lidar com o racismo? Na tentativa de responder essa questão, voltamos para os documentos que orientam a formação desse profissional. Assim, esse estudo tem como objetivo investigar como a temática racial é formalmente tratada em alguns cursos de formação em psicologia em Instituições de Ensino Superior do estado do Piauí. Para viabilizar essa investigação, utilizamos a abordagem qualitativa do tipo exploratório-descritivo, empregando a análise de conteúdo dos elementos descritos nos ementários de alguns componentes curriculares e seus respectivos referenciais bibliográficos. As fontes das informações foram também, os Projetos Político-Pedagógicos dos Cursos (PPPC) de psicologia em 3 (três) Instituições de Ensino Superior (IES) do estado do Piauí. Os primeiros resultados demonstram que os documentos que norteiam o funcionamento desses cursos não apresentam uma proposta explícita de discutir a questão racial no processo formativo da/o psicóloga/o, mesmo que o racismo seja um crime, e o lócus dessa formação e provável atuação profissional, estejam em um estado em que mais de 70 % da população é composta por afrodescendentes.
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