Nos últimos 10 anos, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) tem firmado convênio com outros países, buscando sua internacionalização. Para isso, tem recebido estudantes estrangeiros do continente africano (desde 2010) e estudantes latino-americanos (desde 2015). Considerando a inexistência de estudos que avaliem o processo de inclusão desses estudantes conveniados na UFPI, foi realizada esta tese, a qual teve como objetivos: analisar o processo de inclusão social dos estudantes estrangeiros de graduação e pós-graduação na UFPI, conhecer os fatores sociais que favorecem ou dificultam o processo de inclusão social dos estudantes estrangeiros, identificar as diferenças culturais que favorecem ou dificultam o processo de inclusão social dos estudantes estrangeiros na UFPI e analisar as reações dos estudantes brasileiros e dos professores em relação à presença de alunos de outras nacionalidades na graduação e na pós-graduação, assim como sua aceitação. Como embasamento teórico, a pesquisa apoiou-se em autores, como Aguado (2003), Bauman (1999), Burity (2006), Da Cunha (2017), entre outros. Optou-se por realizar uma pesquisa de campo de natureza qualitativa. Para a coleta de dados, utilizou-se, como instrumento, a entrevista semiestruturada; em seguida, os dados foram submetidos a uma análise de conteúdo, conforme Bardin (1977). Os resultados demonstraram que, em alguns casos, as representações sociais partilhadas pelos brasileiros sobre os estudantes colombianos e os originários de países do continente africano dificultam o processo de inclusão social dos estudantes estrangeiros. Ademais, constatou-se que a diversidade cultural, a dificuldade com o idioma português e os problemas de adaptação com a metodologia de ensino utilizada pelos professores brasileiros, têm contribuído para dificultar o processo de inclusão social dos estudantes que fazem parte de convênios internacionais com a UFPI.