Saberes populares e científicos: uso de plantas medicinais na educação e saúde
Educação e Saúde. Plantas Medicinais. Saberes Populares. Saberes Científicos.
O presente estudo apresenta uma investigação intitulada: Saberes populares e científicos: uso de plantas medicinais na educação e saúde, desenvolvido com a participação de raizeiros, residentes em Bom Jesus, Piauí. O referencial teórico e metodológico está embasado em estudiosos da temática evidenciada. A opção pela revisão integrativa com abordagem qualitativa justifica-se pela necessidade de filtrar os estudos científicos existentes sobre o uso de plantas medicinais na educação e saúde, e no levantamento de informações sobre o conhecimento popular dos moradores da região de Bom Jesus-PI, lócusda investigação, conhecidos popularmente como raizeiros. Apresenta como objeto de estudo reflexões sobre o uso de plantas medicinais no cuidado com a saúde a luz de saberes popular e científico. O interesse pelo estudo teve início nas práticas cotidianas da pesquisadora desde a infância, acentuando-se com a convivência com pessoas de mais idade, que se medicam e se automedicam, ingerindo chás, xaropes e inguentos preparados com plantas medicinais típicas da região e enquanto professora do Colégio Técnico. Define como objetivo geral analisar o uso de plantas medicinais com base em conhecimentos populares, visando a educação no cuidado da saúde e cura de enfermidades e sua correlação com o conhecimento científico. Especificamente, identifica plantas medicinais utilizadas em cuidado da saúde e cura de enfermidades da região de Bom Jesus/Piauí; investiga o conhecimento científico produzido sobre as plantas medicinais identificadas e utilizadas e reflete os saberes populares e sua correlação com os saberes científicos sobre o uso terapêutico de plantas medicinais em cuidado da saúde e cura de enfermidades. Fundamenta-se em: Bruno & Naldi (1978); Lévi-Straus (1989); Albuquerque (1997); Brasil (1998); ABIFISA (2009); Lobosco (2005); Lima (2006); Souza, Gomes & Correa (2010); Freire (2011); Vieira (2012); Resoluções e Pareceres da ANVISA, dentre outros. Com procedimentos metodológicos utiliza a revisão integrativa referendado por González et al (2003), Monteiro et al (2006), Oliveira (2007), Oliveira et al (2008), Mendes (2008), Suzigan et al (2009), Roque; Rocha e Loiola (2010), Pereira et al (2010), Higa et al (2011) e Arroyo-Acevedo et al (2011), entre outros, bem como, formulários e entrevistas. Para categorizar os dados busca-se apoio em Oliveira (2010) e Bardin (2011). Para traçar o percurso de análise interpretativa dos dados utiliza os princípios da Análise de Discurso, fundamentada em Pechêux (2008), Orlandi (2005) e Fairclough (2001). Os resultados revelam a necessidade de investimento por parte da Academia em estudos e pesquisas sobre as plantas e ervas medicinal e seu uso no tratamento de doenças sistêmicas e males associados, visto que são comprovadamente eficientes e eficazes. Além de subsidiar a construção de políticas públicas no setor da educação e saúde da população. O estudo identifica e aponta como entrave a questão do uso das plantas medicinais, pois, os profissionais da área médica tem receio em relação a isso temendo represálias, mesmo acreditando que em muitos casos podem ser prescritos, obtendo resultados satisfatórios. Este estudo revela, portanto, que o uso de plantas medicinais de forma adequada, contribui para a melhoria do bem estar da população, além da redução da extinção das espécies do ponto de vista ambiental e cultural.