O presente estudo assume o pressuposto de ser a criança pequena sujeito social de direitos e da aprendizagem, capaz de dá voz aos conhecimentos matemáticos vivenciados nos campos de experiências no contexto da educação infantil. Tendo por base esse pressuposto, a investigação parte da seguinte questão-problema: quais os conhecimentos matemáticos são mobilizados pelas crianças na educação infantil para a solução de questões-problemas relativas às situações e as experiências concretas da vida cotidiana? Assim, estabeleceu-se como objetivo geral: Investigar como os conhecimentos matemáticos são mobilizados pelas crianças da educação infantil para a solução de questões-problemas relativas às situações e as experiências concretas da vida cotidiana. Especificamente, delimitamos como objetivos: mapear os conhecimentos matemáticos para a Educação Infantil previstos na BNCC e no currículo escolar; descrever os conhecimentos matemáticos das crianças da Educação Infantil presentes nas suas narrativas; e analisar como os conhecimentos matemáticos são mobilizados pelas crianças da educação infantil para a solução de questões-problemas relativas às situações e as experiências concretas da vida cotidiana. As reflexões teóricas quanto ao retrospecto histórico sobre a infância e as concepções de criança são fundamentadas partir da visão de estudiosos, tais como: Ariés (1981), Kramer (2021), Gouvea (2006), Kohnan (2004), Müller (2010) Sarmento e Gouvea (2008) Pinto e Sarmento (1997) Corsaro (2011) e (2018 ) Oliveira (2011) Freire (1996) dentre outros. Em relação aos conhecimentos matemáticos na educação infantil em seus desafios, limites e possibilidades, utilizamos como base de sustentação teórica: Smole (2000), Carvalho e Bairral (2012) Lorenzato (2011), Panizza (2005), Campos (2019). A base teórico-metodológica se apoia em Bertaux (2010), Bogdan e Biklen (1994) Denzin e Lincoln (2006) Warschauer (2017), Ricouer (2005), Souza (2014, 2006a), Passeggi (2008, 2021), Brito e Santana (2014), Moura e Lima (2014), Soares (2006), Shores e Grace (2001), Zabalza (2004) entre outros autores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa narrativa, com a utilização do método autobiográfico e, para a produção de dados, utiliza-se dos seguintes dispositivos: observação e o seu registro no Diário de Campo e as Rodas de conversa. Para assegurar o rigor científico, o estudo terá como suporte teórico para a análise dos dados empíricos os estudos de análise em três tempos de Souza (2014). Na fase de análises dos dados da pesquisa adotará a análise interpretativa-compreensiva das narrativas que visa evidenciar os conhecimentos matemáticos narrados pelas crianças, organizadas em categorias e subcategorias que se fizerem necessários para melhor interpretação e compreensão da pesquisa narrativa. Para campo de investigação, optou-se pelo Centro Municipal de Educação Infantil – ABC, no município de Teresina-Piauí, tendo como participantes da pesquisa 10 crianças pequenas que estão no 2° Período da Educação Infantil. Para entender e valorizar as possibilidades da Educação Infantil para toda vida, é importante ouvir a voz das crianças pequenas que estão vivendo essa experiência. Por isso, o estudo acredita na visibilidade da criança como protagonista do conhecimento matemático.