O presente estudo investiga o Programa Escola da Terra (PET), no estado do Piauí, na 1ª e 2ª edições, dentro do conjunto de uma das maiores políticas de Educação do Campo, o PRONACAMPO, tendo como objetivo geral: analisar as potencialidades e limites desse programa, no estado do Piauí, relacionando-o ao direito à Educação do Campo e como objetivos específicos: identificar os agentes políticos e o seu nível de participação no programa; analisar o processo de implementação dentro da Universidade Federal do Piauí; identificar a percepção dos participantes quanto à estrutura pedagógica, administrativa, política e financeira; e analisar os critérios relativos ao vínculo dos cursistas, currículo do curso e escolha dos municípios participantes. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa a partir das entrevistas com participantes do programa. Como aporte teórico para a sustentação das análises, baseou-se na legislação que organiza o programa, bem como nos estudos sobre Educação do Campo de Arroyo (2015), Caldart (2023), Hage (2021), Mainardes (2018) e Munarim e Locks (2012); sobre políticas públicas, nas pesquisas de Fernandes et al. (2008); sobre estudo de caso, nos trabalhos de Graham (2010), Martins (2006) e Yin (2001, 2015), triangulando os dados teóricos e os encontrados na realidade. Os dados encontrados indicam que programas como o Escola da Terra representam parte do direito à educação dos povos do campo e uma ação de resistência contra a educação hegemônica que se impõe a essa população . A pesquisa identificou que o PET no Piauí tem qualificado os professores para atuar no campo, assim como apresentado condições para adequar e elevar o nível de formação dos docentes atuantes nas zonas rurais do estado e que se faz necessário ampliar o número de vagas e de investimento em políticas para o campo piauiense como medida de combate ao fechamento e nucleação da escola, tal como parte da garantia do direito à educação e de medida de justiça social a essa população.