Bionanocompósitos de PHB/Carbonato de Cálcio: avaliação da morfologia e biodegradação
PHB, carbonato de cálcio, bionanocompósitos.
Devido ao grande acúmulo de lixo no meio ambiente gerado pelos materiais de origem polimérica, pesquisadores estão buscando métodos que visam à diminuição desse grave problema ambiental. A utilização de polímeros biodegradáveis vem crescendo demasiadamente e passou a ter uma atenção maior devido à possibilidade de reduzir o ciclo de vida útil de materiais lançados inadequadamente no meio ambiente. Com base nessa problemática, este trabalho propõe a utilização de bionanocompósito de Poli (3-hidroxibutirato) (PHB) / Carbonato de Cálcio oriundo das cascas de ovos da Rhea Americana (ema) e verificar os efeitos da adição desta carga inorgânica na matriz polimérica de forma a reaproveitar resíduos pouco explorados como as cascas de ovos. No presente trabalho foi utilizado ainda o Poli (etileno glicol) (PEG) como plastificante, para facilitar a preparação dos filmes. O resíduo (pó) da casca do ovo obtido foi calcinado a temperaturas de 400 e 500 °C, com intuito de eliminar a matéria orgânica contida, mas preservando o carbonato de cálcio presente. As amostras do pó foram caracterizadas por Fluorescência de Raios-X (FRX), Difração de Raios-X (DRX) e Termogravimetria (TG). Os filmes formados foram preparados pela técnica de intercalação por solução (via casting) e caracterizados pelas seguintes técnicas: Difração de Raios-X (DRX), Microscopia Óptica (MO), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e biodegradação. Pelos resultados obtidos por meio da FRX a porcentagem de óxido de cálcio presente nas três amostras (in natura e calcinadas) permaneceu praticamente constante, assim como os demais elementos detectados. Nos resultados de DRX o pó obtido representou um padrão correspondente a cristais de calcita, um polimorfo do carbonato de cálcio e com o tratamento térmico (calcinação) o padrão obtido não sofreu alterações. De acordo com os resultados de TG, a decomposição da casca do ovo in natura ocorre em duas etapas distintas e para as amostras calcinadas a decomposição ocorreu em única etapa, não apresentando diferenças significativas para os dois tratamentos térmicos aplicados. Nos resultados de DRX dos bionanocompósitos um pico característico do carbonato de cálcio em 29,57° foi detectado, mostrando inserção da carga à matriz polimérica. Por MEV pequenas aglomerações de carga ou plastificante foram observadas na matriz possivelmente devido à má dispersão durante a preparação. Nos resultados da variação da perda de massa foi observado que a carga inserida na matriz polimérica serviu para aumentar a biodegradação após 60 dias, no qual o bionanocompósito com 3% da carga in natura foi a que mais se biodegradou em relação aos outros filmes analisados