A oportunidade de agregar valor econômico aos resíduos vegetais, aliado ao desenvolvimento tecnológico sustentável, têm despertado o interesse na utilização de cargas lignocelulósicas como matéria-prima na produção de compósitos poliméricos. Neste contexto, essa pesquisa teve como objetivo produzir compósitos ecológicos de polietileno verde (PEV) e farinha do mesocarpo de babaçu (FMB) (1,5 e 3% em peso), com e sem polietileno enxertado com anidrido maleico (PEgMA) (3% em peso) como compatibilizante, visando sua aplicação na construção civil. Os compósitos foram processados em extrusora monorosca e moldados por injeção. A farinha do mesocarpo de babaçu foi caracterizada por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e análise termogravimétrica (TGA). Os resultados mostraram que a composição da FMB é similar à de outros materiais lignocelulósicos e que ela apresentou estabilidade térmica para as condições de processamento aplicadas. As propriedades de absorção de água em diferentes temperaturas (temperatura ambiente, 50 e 70 °C) e resistência à tração dos compósitos foram avaliadas. A absorção de água aumentou com a adição da FMB, a incorporação de compatibilizante reduziu a absorção e o aumento da temperatura elevou sutilmente a quantidade de água absorvida pelos compósitos. A resistência à tração foi semelhante ao PEV puro e a deformação máxima foi reduzida com a adição de FMB. O valor da tensão de ruptura aumentou notadamente para o PEV/3FMB/3COMP. A tensão de escoamento aumenta com a adição da 3% de farinha e incorporação do agente compatibilizante. A FMB reduziu o módulo de elasticidade dos compósitos e a adição do PEgMA possibilitou sua recuperação. A utilização da farinha do mesocarpo de babaçu apresenta potencial para o desenvolvimento de compósitos e aplicação na construção civil.