Os polímeros termoplásticos possuem uma ampla gama de aplicações em diversas áreas da engenharia. São aplicados tanto em áreas mais simples, como na confecção de utensílios domésticos, até aplicações mais sofisticadas, como na indústria automobilística e aeroespacial. Um fator preponderante nessa versatilidade de uso dar-se-á, entre outras coisas, a facilidade da incorporação de aditivos nesse tipo de matriz polimérica. A incorporação de novas cargas, contudo, pode muitas vezes potencializar efeitos negativos nas propriedades do material. Esses efeitos podem ser agravados, em maior ou menor intensidade, pela exposição do material a variações ambientais e condições de serviço. As microesferas ocas de vidro ou Glass Bubbles (MOVs) são utilizadas como material de carga em compósitos quando se pretende obter um produto de baixa densidade sem maiores perdas de propriedades mecânicas de tração e/ou flexão. O presente trabalho tem como objetivo analisar as propriedades mecânicas do polipropileno reforçado com microesferas ocas de vidro após dois reprocessamentos em extrusora monorosca e em seguida, acompanhar o envelhecimento artificial realizado em estufa. Foram realizados ensaios de resistência a tração antes e após o envelhecimento (7 e 21 dias) sob o acompanhamento das análises por inspeção visual, microscopia óptica e espectroscopia no infravermelho (FTIR), além do ensaio de resistência ao impacto nos corpos de prova não envelhecidos. Os resultados indicaram que a utilização dos aditivos estabilizantes e compatibilizantes aumentou o nível de interação entre o polímero e a carga. Através da análise da microscopia óptica, não foi percebido nenhum dano superficial ou esmagamento das microesferas em virtude do reprocessamento na extrusora, o que resultou em um índice satisfatório de integridade das MOVs. Em relação ao ensaio de resistência ao impacto, as amostras que receberam microesferas ocas de vidro tiveram um aumento significativo em sua resistência. Analisando os dados obtidos no ensaio de tração, o sistema com 3 % de carga e reprocessado em extrusora uma única vez exibiu a menores deformações, apresentando o comportamento mais frágil tanto antes como após o envelhecimento artificial. Através do ensaio de FTIR, foi possível analisar os picos e inflexões dos grupos metila e carbonila. De uma maneira geral, a degradação do PP foi mínima, indicando que possivelmente tempos maiores de exposição térmica se fazem necessários para a obtenção de resultados mais satisfatórios.