A obtenção de compostos bioativos a partir de matrizes vegetais é uma estratégia promissora para aplicações industriais como produtos farmacêuticos e nanomateriais. Dentre os recursos naturais de grande importância destacam-se os polissacarídeos, que vêm sendo extensamente usados no desenvolvimento de novas formulações, em especial as galactomananas. Nesse contexto, a espécie Stryphnodendron adstringens, uma planta nativa do Cerrado brasileiro, conhecida popularmente como barbatimão, apresenta um biopolímero da classe das galactomananas. O objetivo deste trabalho foi a obtenção e a caracterização de nanopartículas (NPs) de S. adstringens carreadoras do fármaco anti-inflamatório Ibuprofeno (Ibu). As nanopartículas obtidas com as galactomananas foram preparadas pelo método de nanoprecipitação. A caracterização das nanoformulações se deu pelas técnicas de tamanho de partícula, PDI, potencial zeta, UV-Vis, FTIR e MEV. Os resultados obtidos indicam que as NPs apresentam diâmetro médio de partícula em escala nanométrica, o diâmetro foi maior conforme variou o solvente utilizado nas formulações, onde a formulação utilizando 60 mg de polímero em metanol apresentou melhor resultado. O potencial zeta mostrou valores entre -16,5 a -40,8 mV, indicando estabilidade do sistema. A caracterização morfológica demonstrou formato irregular das NPs. O estudo de estabilidade mostrou que as NPs na concentração de 60 mg de polímero contendo Ibu foram estáveis no período de 60 dias. O resultado do FTIR demonstrou os grupos funcionais presentes nos polissacarídeos equivalentes as classes das galactomananas. O estudo de espectroscopia UV-VIS demonstrou a presença do fármaco no sistema, onde foi realizada sua curva de calibração, demonstrando que este apresenta um pico máximo de absorbância em 264 nm. Logo, o nanossistema à base de galactomananas do barbatimão carreadoras do Ibuprofeno mostrou-se inicialmente um promissor sistema de liberação, porém ensaios complementares de caracterização estão sendo conduzidos.