Palavras Chave: diarreia, óleo de rícino, toxina da cólera, goma do cajueiro
A diarreia é uma condição em que há um aumento do número de evacuações, acompanhadas da presença de fezes de consistência úmida/fluida, podendo ser causada por diferentes fatores, dentre eles agentes químicos e toxinas bacterianas. A toxina da bactéria Vibrio cholera induz uma diarreia secretora grave e milhões de pessoas morrem a cada ano devido a esta doença. O objetivo do presente estudo será investigar a atividade antidiarreica e antissecretória da goma do cajueiro (GC), um complexo de heteropolissacarídeos extraído de Anacardium occidentale L. em roedores, utilizando modelos de diarreia induzida por óleo de rícino e toxina da cólera. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal do Ceará (nº 11/2013). Inicialmente, a atividade antidiarreica da GC será avaliada utilizando o modelo de diarreia e enteropooling induzido por óleo de rícino. Ratos (Wistar) (150-200g) serão pré-tratadas com a GC (30, 60, e 90 mg/kg, v.o.), e depois de 1 h, será administrado o óleo de rícino (10 ml/kg, v.o.). Loperamida (5 mg/ kg, v.o.), será utilizada como droga de referência para a diarreia. Os animais serão colocados em gaiolas forradas com papel filtro e observados por 3 h para a presença de diarreia. Além disso, eles serão sacrificados, o intestino delgado será isolado do piloro ao ceco, e o volume do conteúdo intestinal será medido em tubo graduado. No enteropooling induzido por PGE2, os ratos serão pré-tratados com a GC (melhor dose, v.o.) e imediatamente após a administração, PGE2 será administrada (100 ug /kg, v.o.). Após 30 minutos os animais serão sacrificados e o volume do conteúdo intestinal será medido em tubo graduado. Para o estudo da secreção intestinal induzida pela toxina da cólera (Txc) (1µg/animal) em camundongos (Swiss) (25-30g), será realizado o modelo de alça intestinal isolada. Os camundongos serão pré-tratados com a GC (melhor dose,v.o.) e posteriormente anestesiados. Após pequena incisão abdominal, uma alça intestinal (2-3 cm) será isolada e 100 µl de uma solução tampão fosfato-salino (PBS) ou PBS contendo a Txc será injetada. Ao fim de 4 h, os camundongos serão sacrificados, as alças intestinais isoladas serão removidas, e o comprimento/peso será medido a fim de quantificar a secreção global de fluidos. A absorção será medida separadamente, a partir da redução na relação peso/comprimento da alça 30 min após a injeção de 200 µL de PBS. PBS contendo 10 mM de glicose será usado como controle positivo para a absorção de fluidos. Amostras de tecido e fluido intestinal serão coletadas para posterior análise bioquímica. A GC também será avaliada para motilidade intestinal. Os ratos receberão óleo de rícino para produzir diarreia e 1h depois serão tratados com a GC (melhor dose, v.o.). Após 1 h, todos os animais receberão 1 mL de uma solução de carvão ativado (suspensão a 10% de carvão em 5% de goma arábica) por via oral. Uma hora mais tarde, os animais serão sacrificados, e a distância percorrida pelo carvão no intestino delgado a partir do piloro ao ceco, será medida. Para a avaliação das contrações do íleo em camundongos in vitro, segmentos serão retirados e conservados num banho de órgãos automático contendo 10 ml da solução de Tyrode aerada continuamente e mantida à temperatura de 37°C por meio de banho-maria. Após a estabilização as contrações serão registadas através de estimulo com HCl em tecidos pré-tratados com a GC ou não. Esperamos evidenciar a atividade antidiarreica e antissecretória GC em modelos de diarreia induzida por óleo de rícino, PGE2 e toxina da cólera. Demostrar o efeito inibitório da GC no trânsito e na motilidade (contrações) gastrintestinal e comprovar um possível efeito protetor da GC sobre a mucosa intestinal na diarreia aguda induzida por óleo de rícino e PGE2.