Nanopartículas são materiais de escala nanométrica, que tem diversas aplicações nas áreas de nanotecnologia de alimentos, materiais e cosméticos, entretanto, uma de suas principais aplicabilidades se concentra na nanomedicina. A metodologia verde vem sendo utilizada como uma alternativa ambientalmente amigável e de menor citotoxicidade, onde há o uso principalmente de componentes vegetais, como o extrato de plantas, visando a síntese, estabilização e redução destes nanomateriais. Mimosa tenuiflora (Willd). Poir., conhecida popularmente como Jurema preta, apresenta capacidades biológicas consideráveis, dentre elas antimicrobianas e antioxidantes, que podem contribuir para o sucesso das reações de síntese e redução de nanopartículas. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo realizar a síntese de nanopartículas de prata à base de extrato etanólico das cascas de Mimosa tenuiflora, em diferentes escalas de pH e concentrações de extrato, caractelizá-las por Espectroscopia de Absorção Molecular no Ultravioleta Visível (UV-Vis), Espalhamento Dinamico de Luz (DLS) e Potencial Zeta, além de avaliar a atividade biológica. A síntese verde foi realizada com a adição de concentrações diferentes de extrato etanólico das cascas de Mimosa tenuiflora, em diferentes pH e o potencial biológico destas nanoformulações foi avaliado por testes antibacterianos por ensaio de microdiluição em caldo, antioxidantes por redução dos radicais ABTS e DPPH, e citotóxico, por ensaio colorimétrico de MTT para 3 linhagens de células cancerosas humanas. O nitrato de prata e o extrato bruto também foram avaliados. A partir dos resultados obtidos, pôde-se observar que houve a formação de nanopartículas que se mantiveram estáveis durante 4 meses, com características diretamente dependentes da concentração do extrato e do pH empregados e importantes para a análise e observação dos referidos efeitos biológicos. Dentre as nanopartículas formuladas a AgNPs 2b apresentou efetividade tanto antibacteriana, quanto citotóxica frente às 3 linhagens de células cancerosas humanas avaliadas, enquanto AgNPs 1a, 2a, 3a e 3b obtiveram capacidade antibacteriana e antioxidante satisfatórias. Estes resultados abrem caminho para testes posteriores quanto ao mecanismo de ação e aplicabilidades destes nanomateriais.