Obtenção e caracterização de géis a base de amido do mesocarpo do coco babaçu (Orbignya phalerata Mart) como suporte para vetorização de moléculas biologicamente ativas
Amido, Babaçu, Caracterização, Gel, Orbignya phalerata Mart.
A palmeira do Babaçu (Orbignya phalerata Mart.) é uma árvore de palma da família das palmaceas Arecaceae. O fruto do babaçu é um coco composto de três partes: epicarpo, mesocarpo, endocarpo e amêndoa. Por ser rico em amido (50 a 60%), estuda-se esse material na função de adjuvante farmacêutico. O potencial gelificante do amido já é conhecido e essa característica tem melhorado a qualidade de vida de milhares de pacientes com problemas na deglutição de alimentos líquidos. Sabendo-se do potencial biológico dessa palmeira e da escassez de estudos que comprovem sua eficiência na indústria de alimentos e fármacos, este trabalho buscou obter e caracterizar géis a base de amido do mesocarpo do coco babaçu (AMB), para utilizá-lo como espessante no auxílio da alimentação de pacientes com disfagia. Este estudo visa ainda o desenvolvimento tecnológico industrial desse material vegetal, trazendo perspectivas para a valorização das riquezas regionais, o que poderá ajudar diretamente as comunidades nordestinas que usam como sua principal fonte de sustento a extração do coco. O amido contido no mesocarpo foi extraído por peneiração em malhas finas, lavado com água deionizada, metabissulfito de sódio 5 g/L, hidróxido de sódio a 0,05 mol/L, álcool etílico absoluto, por fim seco em estufa. Para comparação dos efeitos da purificação nas características do gel, quatro amostras foram analisadas: mesocarpo bruto de babaçu, sem nenhum tratamento (A1), mesocarpo tamisado (A2), amido de mesocarpo purificado (A3) e amido farmacêutico (A4). Os resultados mostram que todos os géis formados apresentaram comportamento não newtoniano, pseudoplástico o pico de viscosidade (utilizou-se o Rapid Visco Analyser) do AMB (A3) foi de 1443,7 cP a 80,7 °C, muito superior ao A4, o que demonstra sua promissora aplicação como espessante. Mais testes devem ser realizados a fim de comprovar seus benefícios fisiológicos na interação alimentar.