A subjetividade que os seres humanos percebem o tempo físico é dependente de funções cognitivas, as quais podem ser alteradas pelo uso de benzodiazepínicos Embora haja uma variedade de estudos sobre o efeito dos benzodiazepínicos nas funções cognitivas, ainda não é sabido se fármaco pode interferir na predominância hemisférica e na interpretação do intervalo de tempo. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito agudo do bromazepam 6mg na predominância hemisférica de áreas corticais relacionadas com a percepção do tempo, bem como o desempenho de sujeitos durante a tarefa de estimativa do tempo. Para esse propósito, vinte sujeitos participaram do estudo nas condições placebo e bromazepam. Todos sujeitos realizaram a tarefa em quatro intervalos de tempo de suprassegundos, concomitante com a captação do sinal eletroencefalográfico. A análise do desempenho na tarefa demonstrou que o bromazepam 6mg provoca aumento do erro para os intervalos de 4, 7 e 9s (p<0,001). Por sua vez, a assimetria da banda alfa, na condição bromazepam, aumentou no córtex frontopolar e no córtex motor para nos intervalos de 4s e 9 segundos no córtex pré-frontal ventrolateral. Os achados demonstraram que a modulação do bromazepam afeta o relógio interno, resultando em distorções da interpretação do intervalo de tempo. O bromazepam modifica as oscilações da banda alfa, mas não modifica a predominância hemisférica.