DESENVOLVIMENTO DE NANOPARTÍCULAS (NPs) A BASE DE GOMA DO CAJUEIRO ACETILADA PARA LIBERAÇÃO CONTROLADA E PERMEAÇÃO CUTÂNEA DE ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTERÓIDE (AINE)
Palavras-chaves: goma do cajueiro, AINEs, citotoxicidade, célula de difusão de Franz.
Os sistemas poliméricos têm recebido a devida atenção pela indústria farmacêutica por suas características como abundância, biodegrabilidade, biocompatibilidade e não toxicidade. A Goma do cajueiro (GC) é um polissacarídeo extraído do exudado da árvore Anacardium occidentale, e tem se destacado com potencial aplicação em dispositivos nanobiomédicos. As Nanopartículas (NPs) poliméricas possuem grandes potencialidades terapêuticas entre elas um enorme potencial de associação a uma variedade de fármacos garantindo uma maior seletividade da droga com o alvo e aumentando a capacidade de entrega. Nesse contexto, objetivou-se com esse estudo, desenvolver Nanopartículas a base de Goma do Cajueiro Acetilada (NPs GCA) para incorporação do Diclofenaco Dietilamônio (DDA) bem como compreender o mecanismo da cinética de liberação e permeação transdérmica do fármaco. A síntese das NPs GCA foi realizada por dois métodos distintos (nanoprecipitação e diálise). O fármaco foi incorporado no momento da síntese em diferentes proporções.Todas as NPs foram caracterizadas por Espectroscopia do InfraVermelho (IV); Espectroscopia de UV-vis; Espalhamento Dinâmico de Luz e Potencial Zeta realizados em triplicata e com índice de significância de p<0,05. Para a determinação da quantidade de droga incorporada (DI%) e eficiência de incorporação (EI%) foi utilizado o UV-vis. Para compreender o mecanismo de liberação in vitro os dados foram tratados pelo método de Korsmeyer-Peppas e para os ensaios de permeação foi utilizada a célula de difusão vertical tipo Franz com pele de orelha de porco e área difusional de 1,77cm2. O DDA foi quantificado através de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). A citoxicidade foi realizada em cultura de células de Carcinoma Epidermóide Oral Humano. A partir dos espectros obtidos por IV foi possível comprovar a acetilação da GC. O tamanho médio das NPs GCA sintetizadas por nanoprecipitação foi de 79 nm e aquelas obtidas por diálise mediram 302 nm. Essas últimas, apesar do tamanho bem maior, apresentaram valores de potencial zeta mais negativos e IPD menor, o que indica uma maior estabilidade coloidal. Após a incorporação do DDA ocorreu um aumento significativo no tamanho médio das partículas sintetizadas por nanoprecipitação. A eficiência de incorporação do fármaco foi superior a 60% para ambas as metodologias. O ensaio de citotoxicidade comprovou que as NPs não afetam de maneira significativa a viabilidade celular. O DDA associado às NPs GCA demonstrou um perfil de liberação in vitro mais controlado em comparação com o DDA livre e um mecanismo de difusão Fickiano. A permeação transdérmica atingiu 90% de penetração do fármaco. As nanoestruturas foram incorporas com um AINEs e demonstraram possuir um grande potencial como carreador de fármacos em sistemas de liberação controlada bem como promotores da permeação transdérmica in vitro. Os altos índices de viabilidade celular indicaram uma boa biocompatibilidades das NPs sejam elas incorporadas ou não com o fármaco. Isso significa que a GCA pode ser útil para entrega de anti-inflamatórios, entretanto estudos comparativos com a formulação comercial e ensaios in vivo ainda precisam ser realizados.