O reflorestamento utilizando eucalipto é normalmente realizado em solos de baixa fertilidade e onde a quantidade e a distribuição das chuvas limitam a sobrevivência e o crescimento das árvores. A inoculação de mudas de espécies florestais com FMA apresenta-se como uma importante estratégia de manejo em condições de revegetação de áreas degradadas. O estabelecimento da associação micorrízica em espécies de eucalipto e os benefícios da simbiose têm sido explorados comercialmente em diversas regiões do Brasil, devido aos benefícios que esses proporcionam às plantas, tornando possível o estabelecimento das mudas em solos que apresentam condições sub ótimas de disponibilidade de nutrientes. Os compostos fermentados do tipo bokashi vêm ganhando espaço na produção de mudas de diversas espécies, devido a sua principal característica de estimular e aumentar a microbiota do solo, principalmente FMAs. Objetivo foi avaliar a inoculação com diferentes estirpes de fungos micorrízicos arbusculares associado à aplicação de doses de FertBokashi Premium® no crescimento inicial do clone de eucalipto KL104. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Campus Profª Cinobelina Elvas, Bom Jesus-PI e os tratamentos distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial de 7x5, sendo seis tratamentos com fungos micorrízicos (E1-Claroideoglumos etunicatum, E2- Acaulospora morrowiae, E3-Gigaspora albida e os consórcios entre as estirpes: E1+E2, E1+E3 e E2+E3) e um tratamento controle sem inoculação e cinco doses do Fertbokashi Premium® (0; 2,3; 5,6; 11,3 e 22,5 µL dm-3). Aos 90 dias após o transplantio avaliou-se a altura das plantas (H), número de folhas, matéria seca da parte aérea e das raízes (MSPA, MSR), diâmetro do coleto (DC), comprimento de raízes (CR), colonização micorrízica (CM), relação altura e diâmetro do caule (RHDC), relação altura e massa seca da parte aérea (RHMSPA), relação massa seca da parte aérea/massa seca da raiz (RMSPAR), e o índice de qualidade de Dickson (IQD). Houve interação entre os tratamentos e as doses do bokashi para as variáveis H, MSR, CR, RHDC, RMSPAR e CM. Para as variáveis MSPA e DC somente os tratamentos foram significativos. O tratamento E1+E3 apresentou maior MSR (9,33 g planta-1) na dose 11,3 µL dm-3. O maior CR de raiz (108,62 cm) foi observado no tratamento E1+E2 na dose 5,6 µL dm-3. O tratamento com a estirpe E3 proporcionou a maior média para H com 78,25 cm, sem o Fertbokashi. A CM variou de 15,23 a 51,9%, sendo as estirpes E1 e E2 as que apresentaram maior taxa de CM. O tratamento E3-G. Albida sem o Fertbokashi obteve a maior RMSPAR com 15,22. A RHDC foi maior no consórcio E1+E2, com 1,75, sem a aplicação do bokashi. O tratamento E2 obteve 7,75 g planta-1 para MSPA, e o consórcio E1+E2 proporcionou incremento no DC com 5,39 cm. A aplicação de Fertbokashi e a inoculação com FMAs é viável para a produção do eucalipto KL104 em fase de viveiro, sendo uma alternativa para reduzir o uso de fertilizantes comerciais e outros insumos que oneram o processo de produção das mudas.