A mudança do uso da terra pode causar alterações na dinâmica da matéria orgânica do solo, contribuindo com reduções nos teores de carbono nos diversos compartimentos e frações orgânicas. Para entender melhor a influência das práticas de uso do solo na dinâmica do carbono no solo, esse trabalho teve como objetivo quantificar os estoques de carbono e as frações granulométricas da matéria orgânica até 1 metro de profundidade em solos sob agricultura, pastagem e vegetação nativa nos Biomas Caatinga e Cerrado. O estudo foi realizado em dois municípios do Piauí, sendo um na Serra do Quilombo, situada no município de Bom Jesus e outro na localidade de Criuli, situado no município de Santa Luz. Para o estudo foram selecionados dois biomas (Cerrado e Caatinga) e três formas de usos da terra (mata nativa, pastagem e agricultura) constituídas de sete profundidades de coleta do solo no perfil (0-10,10-20, 20-30, 30-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm), com três repetições, totalizando 126 amostras. A pesquisa consistiu em 2 estudos o primeiro foi caracterizar a matéria orgânica do solo (MOS), carbono orgânico total (COT) e estoque de carbono do solo (Est C) em profundidades em solos sob bioma Cerrado e Caatinga e sob distintas formas de uso (nativo, pastagem e agricultura), o segundo determinar o fracionamento físico da matéria orgânica, matéria orgânica particulada (MOP), C- asociado a matéria orgânica particulada (C- MOP), C - associado aos minerais (COM) e o índice de manejo do carbono (IMC) correlacionando com as diferentes formas de uso do solo e granulometria. A substituição da vegetação nativa para uso da terra no bioma Cerrado foi melhor que o uso do solo no bioma Caatinga. A distribuição vertical do carbono afeta as MOS, bem como seus compartimentos. O uso do solo com agricultura na região da Caatinga do sudoeste do Piauí apresentou maior potencial de estocar carbono no solo em relação a agricultura e pastagem. Já no Cerrado, o uso do solo com pastagem foi maior quando comparado aos demais usos do solo. A mudança da mata nativa para o uso do solo com pastagem causou reduções nos teores de matéria orgânica particulada no bioma Caatinga, no entanto o uso da terra com pastagem e agricultura aumentou os teores de carbono associado a matéria orgânica nas profundidades de 0-100 cm quando comparada com vegetação nativa.