As deficiências de Zn e B são, respectivamente, a primeira e a segunda, restrições nutricionais mais importantes nas culturas agrícolas no Brasil e no mundo, no entanto os limites entre deficiência e toxidez para o B nas plantas são estreitos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional, aspectos morfológicos e produtividade da soja em função de combinações quantitativas de B e Zn na adubação de semeadura, bem como a disponibilidade destes elementos em Latossolo Amarelo no Cerrado. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, no esquema fatorial 4x4, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram em combinações de quatro doses de boro: 0; 1,5; 3,0 e 4,5 kg ha-1 e quatro doses de zinco: 0; 2,0; 5,0 e 8,0 kg ha-1, aplicadas via solo. Foram avaliadas as disponibilidades de Zn e B no solo, os teores de Zn e B nas folhas e grãos, os parâmetros produtivos e produtividade da soja. Houve variação de produtividade de 2.357 a 2.709 kg ha-1 de grãos para a dose de 0 e 8 kg ha-1 de Zn aplicadas no solo, e de 2.450 a 2.890 kg ha-1 de grãos para a dose de 0 e 2 kg ha-1 de B. Doses entre 2,1 e 4,5 kg ha-1 de B no solo causam toxidez das plantas de soja, mas não matam as plantas. O adequado fornecimento de Zn atenua os efeitos tóxicos do B. As maiores produtividades da soja são obtidas quando o teor de Zn foliar é 28,77 mg kg-1, o B foliar 32,31 mg kg-1 e a disponibilidade no solo igual a 1,9 mg dm-3 de Zn e 0,17 mg dm-3 de B. Sugere-se o fornecimento de 8 kg ha-1 de Zn e 2 kg ha-1 de B na forma de ZnSO4.7H2O e H3BO3 para o cultivo da soja, quando os teores iniciais no solo forem baixos e médios, para Zn e B, respectivamente.