Nesta pesquisa, volta-se o olhar sociológico sobre o processo criativo do grupo de artesãs ceramistas do Poti integrantes da Cooperativa de Artesanato do Poti Velho (Cooperart-Poty), processo no qual observa-se a presença dodesign, entre consensos e dissensos na relação entre artesãs e designers, fazendo-se pertinente o debate teórico sobre criatividade, subjetividades e objetividade. O grupo em questão é formado somente por mulheres e surge do entrelaçamento de questões relacionadas à geração de trabalho e renda,no contextode políticas econômicas da década de 1990 e da ação da aliança público-privada, empenhada em (re)vitalizar a atividade artesanal nos moldes do empreendedorismo, dentro de medidas impulsionadas pela crise do mundo do trabalho, e consequentemente, adequando-a à estética do mercado e da competitividade. Nesta perspectiva, temas com identidade e diversidade cultural são acionados nos discursos, como elementos utilizados para adequar os “produtos” artesanais às exigências do(a)sconsumidore(a)sávido(a)s por produtos que apresentem aspectos distintos daqueles mecanizados e massificados. Com isso, a criatividade das artesãs está permeada por intervenções de capacitações disponilizadas por instituiçõescomo Serviço de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), Fundação Wall Ferraz (FWF), e Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest), realizando coleções de bijuterias, decorativos e utilitários em cocriação com profissionais de áreas como design, arquitetura e artes plásticas. A dissertação contou com pesquisa bibliográfica, documental e de campo, trazendo elementos de como se dá o processo criativo praticado por artesãs na Cooperart-PotY, em Teresina-PI, em sua interação com designers, a partir de seu início em 1998, assim como seus resultados e questões