O estudo sobre a prostituição feminina no Brasil, não apenas possibilita uma maior visibilidade às vivências e às sexualidades periféricas como também realiza uma análise onde corpo, capital, poder, socialidade e vulnerabilidade estão presentes nas relações ali construídas. Este trabalho almeja promover uma discussão na relação corpo e gênero analisando a experiência do envelhecer em mulheres condicionadas à prostituição de rua em Teresina. Desta forma, etnografo o corpo prostituído e seu processo de envelhecimento, compreendendo a lógica social e cultural projetadas a estes corpos. O objetivo da presente pesquisa é compreender de que maneira essas mulheres vivenciam, percebem e elaboram as mudanças corporais, culturais e sociais advindas do envelhecer de seus corpos. Gerido por uma redução fenomenológica, analiso a experiência vivida por mulheres em situação de prostituição utilizando a interseccionalidade como uma ferramenta analítica para pensarmos as relações sociais de raça, sexualidades, geração e classes vivenciados em seus corpos. Os instrumentos utilizados para termos acesso ao relato dessas colaboradoras foram distribuídos em observações participantes, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas, buscando assim uma descoberta contínua em campo. Ouvindo a fala dessas mulheres, atuo nos espaços por elas utilizados tais como cabarés, guetos e esquinas analisando seus vestuários, posturas, linguagens, códigos de conduta, performances, seus corpos e o seu envelhecer.