A investigação tem por objetivo realizar uma análise sociológica da formação e prática dos policiais militares na cidade de Teresina-PI. Partindo de uma abordagem predominantemente quantitativa, a pesquisa é realizada com a referência metodológica da sociologia distincional de Bourdieu, buscando compreender qual o “campo e o habitus” policial. O habitus, como categoria conceitual construída por autores como Pierre BOURDIEU (1994;2011) e Norbert ELIAS (1994), complementa o método, auxiliando na percepção enquanto “tipo real” e suas distâncias em relação ao tipo ideal (WEBER, 2016) enquanto construção sociológica realizada pelo pesquisador, cristalizada e purificada. Pela manutenção de um diálogo teórico dos conceitos sociológicos em torno da prática, buscamos consolidar a compreensão da recursividade social (GIDDENS, 2003) como processo de automação da estruturação dos agentes no campo policial. A pesquisa apresenta ainda, considerando leituras sobre a Sociologia do corpo (LE BRETON, 2010), o conceito de anonimização como uma síntese originada por marcadores identitários (HALL, 2012;2014) (BAUMAN, 2005) (LACLAU, 2011), moral profissional própria (MIRANDA, 2003) e os mecanismos de vigilância do poder existente entre os agentes policiais. Tal anonimização é também a forma sob a qual, agentes policiais originam preferencialmente o uso de recursos de violência em detrimento do uso de recursos de força policial.