O presente trabalho propõe estudar o cotidiano específico da comunidade quilombola Custaneira, zona rural no interior do Piauí, tendo a terra como um fator primordial para subsistência, realizando, através dela, o trabalho com a agricultura, a pecuária e o cuidado com a saúde; fazendo-se, em meio a labuta com o campo, o uso de práticas religiosas como forma de enfrentar as dificuldades quando encontradas. A religião e a magia fazem parte da dinâmica social desta comunidade, fatores responsáveis pelas crenças e elaboração da vida, estando presentes durante o cotidiano, desde a lida com o campo até às atividades culturais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar como essas práticas estão presente no trabalho dos agricultores familiares em busca de provisões, procurando assim, mapear e etnografar as práticas mágico-religiosas presentes no processo de trabalho dos agricultores familiares; descrever e classificar essas práticas que envolvem o trabalho na agricultura e pecuária, como também na cura e o cuidado com a saúde; afora isso, pretende-se analisar a importância do “amuleto dinheiro” no imaginário dos agricultores familiares. Justificando que nesse espaço em que forma a comunidade quilombola Custaneira apesar da escassez de recursos presentes nas grandes cidades, provenientes do dinheiro, seus moradores conseguem produzir seu próprio sustento, recorrendo poucas vezes aos recursos que vem de fora, encontrando respaldo para a sobrevivência nas crenças tecidas nesse chão. Essa pesquisa está respaldada pelo método etnográfico, que permite compreender as vivências dos agricultores familiares diante suas crenças e práticas cotidianas, além de apontar-nos as mais diversas formas de se constituir a vida no campo.