Diante das desigualdades socioeconômicas e políticas entre os gêneros, este trabalho analisa a desigualdade de gênero na política da Guiné-Bissau após a abertura democrática, tendo como recorte temporal (1994-2020), período da primeira e das últimas eleições gerais. Diante disso, o trabalho buscou identificar os principais problemas que estão por trás da baixa representatividade feminina na política. Na primeira parte, o trabalho centrou-se na revisão teórica das principais autoras\es que abordam a problemática de gênero, política e a representatividade. E a segunda parte utilizou dos estudos empíricos, a partir dos relatos das experiências das mulheres que atuam na política partidária, candidatas ao cargo de deputada da Nação e que ocuparam cargos públicos no governo do país. Para isso, entrevistamos seis (6) mulheres, das quais três eram do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC); duas pertencem ao Partido da Renovação Social (PRS) e uma pertence ao Partido da Unidade Nacional (PUN), isso proporcionou uma reflexão crítica e ideológica em torno de diferentes perspectivas sobre a temática. O estudo se centra no uso do método qualitativo através da sua técnica da revisão bibliográfica e análise documental que se deu por meio de livros, artigos, sites, relatórios nacionais e internacionais que debruçaram sobre a temática e permitiram fazer coletas e análises de informação. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e análise documental a fim de entender a representatividade da figura feminina na política e nos altos cargos administrativos da Guiné-Bissau. A análise das entrevistas é feita a partir da abordagem das narrativas, a partir da qual são interpretadas as falas e experiências relatadas pelas mulheres na interlocução da pesquisa de campo.