A população carcerária feminina vem sofrendo progressivo aumento nas duas
últimas décadas. Até o primeiro semestre de 2017, os dados do INFOPEN
Mulheres demonstram que havia um déficit total de 5.991 vagas e uma taxa de
ocupação de 118,8% de mulheres presas no Brasil. Dentre os fatores que
influenciam particularmente a entrada de mulheres nas estatísticas da
criminalidade, destaca-se o flagrante por envolvimento com tráfico de drogas. A
superlotação desproporcional à quantidade de estabelecimentos prisionais,
com estruturas e condições adequadas ao atendimento humanizado da
demanda implica em graves violações dos direitos daquelas que ocupam estes
espaços, alheios às suas necessidades. Com ênfase nas discussões acerca
dos sentidos da palavra Humanizar em obras distintas, pretende-se abordar
sensíveis questões do nosso tempo, tendo como base conceitos apresentados
em obras de Edgar Morin e Dráuzio Varella que em determinado ponto
convergem, a partir do momento em que um médico, se propõe a exercer um
trabalho essencialmente humanizado em um ambiente, em princípio, em
condições adversas. O desenvolvimento de estudos que se comprometam a
inserir o debate de gênero no contexto do Prisional é fundamental para a
superação dos discursos patriarcais e dos que acentuam as desigualdades
sociais, responsáveis pela vulnerabilidade da mulher diante das controvérsias
do Estado. Portanto, este trabalho dissertativo busca, principalmente, contribuir
com o tema, evidenciando algumas das problemáticas enfrentadas por
mulheres presas em condições de ausente humanização.