Esta pesquisa, inserida na linha de estudos de Gênero, Sexualidade e Geração do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, propõe um estudo sobre as representações de masculinidade por meio da sociopoética e da produção de fotografias bordadas. Ao longo da minha carreira com artista visual e arte educadora, tenho notado uma mudança na participação masculina em atividades manuais o que me seduziu a pesquisar sobre as masculinidades no mundo das artes manuais para identificar barreiras e oportunidades na inclusão masculina nesse setor e promover uma mudança de mentalidade mais ampla em relação ao gênero nas artes e na sociedade em geral. Assim, provoco o problema de pesquisa: Como a sociopoética e a produção de fotografias bordadas com homens podem ser usadas como uma forma de expressão artística nas representações tradicionais de masculinidade, enquanto exploram questões de identidade, gênero e poder na sociedade contemporânea? Minha problemática aborda a combinação de elementos visuais (fotografias bordadas), a dimensão social (representação de masculinidade) e questões culturais (identidade, gênero e poder), oferecendo um ponto de partida sólido para a investigação e reflexão. Proponho o objetivo de analisar as narrativas e representações das masculinidades produzidas em oficinas sociopoéticas por um grupo-pesquisador composto por professores de uma escola privada de Teresina – PI, adotando a sociopoética como método de pesquisa, uma abordagem que valoriza a colaboração e a expressão artística oferecendo insights importantes para pesquisadores e acadêmicos como meios de construção de conhecimento. Por meio da produção de fotografias bordadas, o grupo pesquisador será estimulado a desenvolver narrativas pessoais e expressar experiências emocionais por meio dos conceitos e afetos confeccionados promovendo a expressão criativa e a reflexão individual, implicações positivas, não apenas para os participantes da pesquisa, mas também para o público mais amplo que pode ser inspirado por essas formas alternativas de expressão artística. Este estudo visa contribuir para um diálogo mais amplo sobre as masculinidades, destacando a importância de simbolizar os padrões de gênero que envolvem o potencial criativo dos homens. O referencial teórico inicialmente adotado para a pesquisa fundamenta-se nas discussões da construção social, performatividade de gênero, sociopoética,
análises sociológicas, estudo das emoções e da arte com: Ahmed (2004), Butler (2010; 2015), Cardozo (2020), Conell (1995; 2013), Custódio (2023),
Dewey (1934), Fonseca (2010), Foucault (1987, 1988 e 1992), Gutmann
(2013), Hemmings (2018), Hochschild (1983), Hooks (2022), Leite e Lopes
(2013), Lima (2013), Louro (2016), Oliveira (2004), Pamplona e Barros (2021);
Parker (1984), Pierre (1989, 1999 e 2011), Reddy (2001), Rial, Grossi e
Heilborn (1998), Rocha (2014), Saffioti (1987; 2004), Sontag (1977) e Vigoya (2018, 2002). A pesquisa será qualitativa e tem como método a Sociopoética (Gauthier, 2012; 2014), (Adad, 2014) e (Tavares, Junior e Carvalho, 2021), que nos permite realizar um estudo científico, utilizando métodos artísticos na geração de dados produzidos por meio de oficinas com técnicas artísticas: começando com a "Oficina de Negociação", seguida por um momento de "Relaxamento", prosseguindo para as "Oficinas de Produção de Dados". Posteriormente, ocorre a "Oficina de Análise" envolvendo o grupo pesquisador na reflexão sobre os dados produzidos, seguidamente pela "Oficina de Contra- Análise". Ao final desta investigação, ressalta-se a profundidade desta proposta com a necessidade de explorar as complexidades das identidades de gênero e do paradigma masculino. Esta pesquisa não apenas contribui para a compreensão aprofundada dessas questões, mas também destaca a capacidade transformadora da expressão artística nas representações sociais do masculino.