O MOVIMENTO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO PIAUÍ:
uma análise do fórum estadual
Economia solidária. Movimentos sociais. Fóruns. Redes de articulação.
O presente estudo analisa o movimento de economia solidária no estado do Piauí a partir das práticas dos sujeitos coletivos organizados no Fórum Estadual de Economia Popular e Solidária – FEEPSPI. Partimos de três hipóteses: primeira, o fenômeno da economia solidária, além da forma econômica de produção não capitalista, incorpora um sujeito político que estrutura o movimento de economia solidária; segunda, esse movimento da economia solidária se insere na perspectiva dos novos movimentos sociais, em um contexto de proposta contra-hegemônica de globalização; terceira, o movimento de economia solidária está organizado em rede de movimentos sociais e conta com o fórum para o fortalecimento do próprio movimento. Diante de tais premissas, esta pesquisa utiliza como aporte teórico-metodológico de análise as categorias “capitalismo” e “globalizações”, nos referenciais teóricos de Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos, Antonny Giddens, Paul Singer, Boltansky e Chiapello; para a categoria “movimentos sociais”, “redes de movimentos sociais” e “fóruns”, nós utilizamos a teoria dos Novos Movimentos Sociais na perspectiva de Alain Touraine, Alberto Melucci, Maria da Glória Gohn, Ilse Scherer-Warren; para a categoria “economia solidária” as abordagens de Jean-Louis Laville, Alain Caillé, Paul Singer, Marcos Arruda, Gildásio Santana Júnior e Emanuele Brasil. A pesquisa utiliza metodologia qualitativa na análise dos três segmentos que atuam na economia solidária no fórum: os empreendimentos econômicos solidários, as entidades de apoio e fomento, e os gestores públicos. Os instrumentos de coleta de dados foram: análise de documento, observação participante e entrevista não estruturada com os participantes do fórum. Os achados da pesquisa indicam que o movimento da economia solidária se apresenta para além do estabelecimento de uma política pública, apesar do relativo grau de dependência dos empreendimentos econômicos solidários às ações governamentais, caminhando assim em uma dinâmica de mobilização que vai do local ao global. O resultado é a defesa da possibilidade de uma outra globalização e economia. A conclusão a ser apreendida, é que o FEEPSPI vem se mostrando o lócus privilegiado para a construção do movimento da economia solidária no Piauí, uma vez que nele são definidas as diretrizes de ação dos protagonistas do movimento, as entidades de apoio e fomento, e os empreendimentos econômicos solidários em redes de articulação que lutam contra a exclusão social.