O foco da discussão sobre violência de gênero com ênfase no abuso sexual intrafamiliar de crianças adolescentes perpassa por múltiplas relações sociais construídas pelos sujeitos sociais na sociedade brasileira, estando presentes nas raças, classes sociais, etnias, geração, nível escolaridade, entre outros. Nas relações sociais, a violência de gênero se apresenta sob as mais diversas formas e com grandes repercussões para as mulheres, sendo elas adultas e crianças, suas famílias e sociedade. Na história social da humanidade há predominância da dominação masculina, contribuindo para desigualdades de gênero, relações de poderes desiguais e o aumento da violência. O estudo teve como objetivo analisar os sentidos e os significados produzidos pelas mulheres/mães de meninas vítimas no contexto do abuso sexual. Trata-se de um estudo de caráter predominantemente qualitativo, com o uso de entrevista semiestruturada para a apreensão das histórias de vida das sujeitas pesquisadas, haverá apoio do diário de campo. A pesquisa acontecerá na cidade de Teresina-PI, tendo como sujeitas da pesquisa mulheres/mães de crianças e adolescentes do gênero feminino que foram vítimas de abuso sexual no âmbito familiar, que estão ou já tenham sido atendidas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e pela Casa de Zabelê, nos últimos dois anos (2015-2017). A fundamentação teórica foi elaborada através da contribuição de diversos autores. A perspectiva de gênero numa concepção de análise relacional e histórica tem por base Scott (1989, 2012); Saffioti ( 1999, 2004, 2005,), Lauretis ( 1994). A ênfase nas relações de poder tem por base Foucault e Bourdieu. A compreensão da violência de gênero intrafamiliar, houve a contribuição de: Azevedo (1985); Saffioti ( 1995,2004; 2001); Pateman (1993); Azevedo e Guerra (2011), entre outros. A família contemporânea é considerada nos termos de Ney ( 1995); Castell (1999,2010); Singly (2007); Petrini (2005), e Goldani (1993), dentre outros