Esse trabalho tem como foco identificar como se desenvolve a prática cultural do cineclubismo, no Cineclube de Teresina, inclusive, em seus diálogos implícitos e explícitos com o Plano Nacional de Cultura. Partimos da hipótese que o Cineclube de Teresina é uma prática cultural com características do que se convenciona definir como prática cineclubista, desenvolvendo suas atividades, de forma organizada e estruturada, conseguindo aglutinar uma gama de pessoas de diferentes categorias sociais, utilizando a potência da linguagem cinematográfica como vetor de potencialização de um coletivo, tornando este espaço um intenso fomentador cultural, coadunando-se, inclusive, com o disposto nos objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC) do Brasil. De inicio, o trabalho se desenvolverá com uma pesquisa de cunho bibliográfico com vistas a situar a experiência localizada do Cineclube Teresina em contexto mais amplo, rreferindo a trajetória da entidade cineclube e do movimento cineclubista, a partir do seu surgimento e posterior desenvolvimento como prática cultural consolidada, observando-se a própria história do cinema (MACHADO, 1997), e de sua evolução como linguagem artística (METZ, 1980). Nesta direção, antes de falar propriamente da prática cineclubista, apresento o conceito de prática cultural (FLEURY, 2009), o processo de construção social da narrativa cinematográfica (XAVIER, 1983) e a transformação do olhar para esta nova forma de ver o mundo, através da imagem em movimento (MORIN, 2014). Discorremos também sobre o surgimento, a formação, e a expansão do cineclubismo no Brasil (COSTA JÚNIOR, 2015), apontando para características de diferentes modelos cineclubistas, no país. Nesta trajetória, destacamos o cineclubismo sob influência da Igreja Católica; a prática cineclubista como resistência à ditadura civil-militar, entre os anos 1960 e 1980, e na abertura politica, até o cineclubismo em tempos do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e do Plano Nacional de Cultura (PNC), ou seja, na atualidade (CALABRE, 2014). Em seguida, apresento a trajetória do cineclubismo no Piauí, e em Teresina, pondo em relevo suas peculiaridades , para então abordarmos o Cineclube de Teresina analisando-o desde seu surgimento até os dias atuais; sua composição, estrutura e formalização; relação com a Casa da Cultura de Teresina, onde funciona atualmente; programação: processos e atores envolvidos na definição, divulgação e realização; atores envolvidos, suas inserções sociais, motivações para a prática cineclubista e sentidos produzidos sobre ela. Para tal serão realizadas entrevistas, registros etnográficos de sessões,e observação direta e participante no espaço para que haja a melhor apreensão dos sentidos desta prática cineclubista em especifico