Os Coletivos são uma nova forma de mobilização de pessoas que atuam na região Nordeste do Brasil, na sociedade, nas universidades e por meio digital, discutindo temas relacionados a marcadores sociais de diferença, de gênero, de raça, educação, sexualidade e classes. Alguns autores os caracterizam de grupos fluidos, fragmentados, sem liderança, diferenciados, autônomos e sob a influência de ideias anarquistas e libertárias (GOHN, 2017; MAIA, 2013; AUGUSTO, ROSA E RESENDE, 2016), que se afastam do Estado, partidos políticos e dos novos movimentos sociais tradicionais. O objetivo deste trabalho é contribuir para a compreensão desses coletivos, sua organização, os sujeitos que os compõe e sua relação com a sociedade. A hipótese é que os coletivos são novas formas de ação ou extensões de movimento social travestidos de novo. No âmbito dos novos movimentos sociais, discute-se sobre ações coletivas a partir da compreensão de LACLAU (1986; 2011), MELUCCI (1989; 2001), SANTOS (2010) e GOHN (1997; 2008). Nas questões de identidade e cultura fundamenta-se na análise de HALL (2012; 2013; 2014), CASTELLS (2001) e GIDDENS (2002). A pesquisa utiliza metodologia qualitativa, com a técnica de entrevista semiestruturada para a coleta dos dados empíricos. Assim, observa-se nos Coletivos uma relação entre o velho e o novo, possível consequência da transição entre a modernidade e a pós-modernidade contemporânea, e a necessidade de construção de novos paradigmas epistemológicos que der conta da complexidade da sociedade pós-moderna.