A diversidade de espécies botânicas na floresta amazônica possivelmente é resultado das transformações das paisagens pelo manejo humano ao longo de milênios. No sudeste amazônico, região de Carajás, foram encontrados sítios arqueológicos com datações pleistocênicas de 11.125 a 550 AP. Esses contextos possuem a presença de espécies vegetais úteis a essas populações, evidenciando indícios do legado cultural nesses nichos identificados. Neste trabalho foram analisados vestígios microbotânicos de seis trincheiras no sítio PA-AT-331 Mangangá. Os fitólitos identificados (<250 μm) mostram a diferença de contextos paleoecológicos, sobretudo a presença da família Arecaceae (palmeiras), na qual possivelmente foram manejadas por esses grupos humanos Outros pontos e camadas estratigráficas revelaram a preservação desfavorável da sílica biogênica, na qual pode estar associada à dois processos decorrentes no sítio: atividades pós-deposicionais devido a geomorfologia do sítio arqueológico ser heterogênea e as condições físico-químicas da matriz dos solos da região.