Durante as obras do Programa de Requalificação Urbanística e Inclusão Social da Comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, em Recife (PE), foram realizados trabalhos arqueológicos no sítio arqueológico do Pilar, com a identificação de remanescentes humanos esqueletizados. O cemitério do Pilar faz parte do sítio arqueológico do Pilar e está assentado no sedimento arenoso do istmo de Recife-Olinda. Da coleção de remanescentes humanos esqueletizados recuperados da Quadra 55, durante a segunda campanha, entre 2020 e 2022, cinco deles foram selecionados para esta pesquisa por apresentarem diferentes estados de preservação indicativos de alterações tafonômicas. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo bioarqueológico básico desses cinco indivíduos para recolha das informações osteobiográficas nele contidas, uma avaliação das alterações tafonômicas e processos associados como meio de entender a história tafonômica da coleção, propor estratégias para a preservação desse material osteológico e contribuir para a construção de adequadas práticas de manejo e conservação da coleção de remanescentes humanos do cemitério do Pilar. Busca-se com isso entender a razão pela qual indivíduos que foram sepultados em um mesmo tipo de sedimento, numa área muito próxima e com tratamento funerário semelhante apresentam diferentes estados de preservação. Os procedimentos metodológicos empregados na pesquisa são a curadoria, a análise bioarqueológica para se traçar o perfil paleobiológico da amostra e estudo macroscópico das alterações tafonômicas. Os resultados preliminares apontam como possíveis causas dos danos nos ossos o contexto ambiental do sítio e as alterações antrópicas resultantes do processo de urbanização do Bairro do Recife.