O estado do Maranhão é o detentor de inúmeros dados sobre os povos do passado. Essas populações são os ancestrais dos povos indígenas atuais, e o legado de sua ocupação são encontrados nos mais diversificados sítios arqueológicos espalhados por todo território brasileiro. Objeto de estudo deste trabalho diz respeito aos povos falantes do tronco linguístico tupi e consequentemente aos locais do passado que abrigam os remanescentes materiais do seu uso cotidiano, os sítios Tupi. Desta forma, este trabalho busca analisar os as características tecnológicas presentes nas cerâmicas dos sítios Tupi Vila Nova 1 e Vila Nova 3, nos municípios de Vila Nova dos Martírios -MA. Estes sítios apresentam-se como um achado impar no campo da arqueologia Tupi. As datações obtidas, recuam a aproximadamente 4 mil anos antes do presente. A relação cerâmica, cronologia e língua, nos possibilitam recuarmos no tempo e espaço para correlacionar os sítios em questão em um contexto maior de expansão dos povos Tupi a partir de um centro de origem comum. O território maranhense está inserido como rota dentro dos principais modelos de expansão dos povos Tupi saindo da bacia Amazônia. Por isso, buscamos entender através das análises tecnológicas as relações do culturais impressas na cerâmica oriunda dos ritos de ensino e aprendizagem inerente ao ethos desses povos, e como esta técnica modificou-se ao longo tempo quais suas relações com outros sítios Tupi presentes na região do interflúvio dos Rios Tocantins e Araguaia. Este trabalho, reforça premissas subjacentes, sobretudo, na ampla necessidade de pesquisas regionais para compor o quebra-cabeça sobre a expansão e continuidade dos povos Tupi.