O homem primevo, mesmo sendo parte constituinte da natureza, observava, comparava, registrava e transmitia suas múltiplas percepções, tanto do firmamento como da abóbada celeste. Assim, logo percebeu a conexão entre mecanismos e ciclos terrestres com astronômicos. Os grupos humanos dependiam desses ciclos para sua sobrevivência e passaram a observar: quando podiam coletar determinadas frutas, a melhor época para o plantio e a colheita, para a caça ou para a pesca. Os mesmos ciclos também regiam a procriação, as migrações e os períodos de seca e cheia de rios. Com o objetivo de estudar esses registros astronômicos pré-históricos e compreender como os povos antigos utilizavam a observação do céu nas suas culturas, a arqueologia e a astronomia se unem para criar a arqueoastronomia, uma disciplina científica, que combina ferramentas metodológicas e de análises
oriundas daquelas duas áreas de conhecimento, estudando as evidências arqueológicas e históricas, em busca das antigas astronomias. Partindo-se dessa perspectiva, a proposta de pesquisa ora apresentada
objetiva estudar as pinturas rupestres e outros indícios do Parque Nacional de Sete Cidades, a partir de uma visão arqueoastronômica.