Este trabalho busca fortalecer a arqueoastronomia dentro do contexto arqueológico brasileiro, retirando o véu que cobre os vestígios arqueológicos com indícios de observações astronômicas e trazendo novos olhares a cerca dessa temática tão polêmica. São pesquisados dois sítios localizados no Parque Nacional de Sete Cidades, Piracuruca, Piauí. O primeiro, denominado Furo Solsticial, é um monumento geológico natural que foi adaptado pelos antigos habitantes da região para marca o nascer do sol no dia 21 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul) e ser utilizado como observatório astronômico. O segundo, é a Toca do Pajé, uma gruta com duas aberturas que a presenta uma pintura rupestre solifome alinhada precisamente com o pôr do sol no solstício de inverno, e
outra alinhada com o nascer do sol no solstício de verão, além de outras pinturas que fazem referência a estrelas e a Lua. Os estudos desses dois sítios e os relatos etnográficos brasileiros revelam que os grupos humanos que habitaram o Brasil detinham de um amplo conhecimento astronômico passado oralmente e registrado na arte rupestre e em monumentos rochosos.