Todo rio corre de montante a jusante, num fluxo constante e unidirecional, pelo menos podemos dizer isto de suas águas, mas apenas de suas águas. Um rio, portanto, pode ser bidirecional e porque não multidirecional, já que como fenômeno se expande para muito além “do rio abaixo, rio acima” de suas margens. Para quem navega sempre rio abaixo, só resta seguir o fluxo..., ou sair dele. Para quem enfrenta a corrente rio acima sempre terá de escolher o caminho nas confluências. E assim me posiciono contra a corrente buscando ter mais caminhos do que simplesmente seguir a corrente. Nas últimas décadas a Arqueologia tem repensado sua prática e seu comprometimento com as pesquisas e narrativas, considerando múltiplas epistemologias e buscando romper paradigmas. No presente algumas pesquisas arqueológicas têm buscado atuar de forma reflexiva e fluída perante as construções das teses e antíteses, devido ao imbricamento de conhecimentos das humanidades e
saberes locais. No Brasil, tecnicismo e a especialização de estudos periféricos (bioarqueologia, geoarqueologia entre outros) levaram a um grande volume de pesquisas positivistas, demasiadamente analíticas e inequívocas. A perspectiva adotada baseia no desenvolvimento do mapeamento profundo para especializar eventos, com intuito de compreender a continuidade da ocupação na confluência. Destarte baseada nos conceitos das geohumanidades incitada pela concepção da virada espacial, o mapeamento profundo vem trazendo interpretações profícuas para as narrativas multivocais. Ao remover a concepção reducionista e positivista recorrente em trabalhos com SIG, readequei a organização das fontes e dos dados a fim de adequar com a concepção das humanidades digitais. Além das geotecnologias já previstas na realização de trabalhos de mapeamento, a pesquisa propõe a geotecnologia do mapeamento colaborativo para disseminação e perpetuação da pesquisa na área de estudo.