No cenário urbano brasileiro, os problemas ambientais têm se avolumado e, consequentemente, aumentado a insatisfação da sociedade que cobra a mitigação das sequelas que estes problemas acarretam. A falta de saneamento básico adequado protagoniza o contexto das demandas na área de meio ambiente tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades. Seja o aumento da incidência de enchentes; seja a dificuldade na gestão dos resíduos sólidos ou o crescente despejo destes em áreas potencialmente degradáveis; seja a inexistência de rede de esgotos adequada, ou mesmo a soma de todos estes fatores, o que chama a atenção é a implicação dos impactos ao meio ambiente, à saúde da população, à economia do país e até mesmo à educação. Ao longo dos séculos, a história mostra ações de saneamento básico, que apesar de isoladas e desordenadas foram, com o tempo e crescimento das cidades, se tornando mais frequentes. Não obstante, as necessidades da sociedade por ações de saneamento sempre terem sido maiores do que as iniciativas. A partir do século XXI, a União assume, de forma mais efetiva, o papel de financiador do saneamento básico e, por conseguinte, sua responsabilidade constitucional de instituir as diretrizes nacionais para o setor. Em 5 de janeiro de 2007, o Presidente da República sancionou a Lei nº 11.445, que representa o marco regulatório do setor por estabelecer as diretrizes nacionais de saneamento. O envolvimento de todos os indivíduos que participam do processo - do gestor ao usuário do serviço - é preconizado pelo diploma legal, através do controle social. O canal de convergência entre esses agentes deve ser efetivado pelos conselhos, que garantem a cidadania dos munícipes no que se refere às ações de saneamento. Quando os conselhos gestores, falham na missão de envolver a comunidade na participação, planejamento, criação e execução dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a imprensa irrompe como alternativa com potencial para envolver a população. Dentre os meios de comunicação, a televisão ainda lidera a preferência do público. Com linguagem mais acessível, a televisão é formadora de opinião para públicos de diferentes faixas etárias ou níveis de escolaridade, já que não requer habilidades mais específicas para o acesso aos conteúdos veiculados. Entretanto, informar sobre o novo marco regulatório do saneamento básico requer capacitação. Convém saber se os jornalistas estão preparados para desenvolver adequadamente esta pauta; se foram despertados para a necessidade de transformá-la em abordagem recorrente e, ainda, se conseguem estimular atitudes de cidadania, incentivando a participação popular