A partir do século XX é intenso o processo de urbanização no Brasil. Inicia-se de modo acelerado o processo de crescimento das cidades associado a um rápido aumento demográfico desacompanhado pela implantação de infraestrutura urbana e redes habitacionais suficientes. Como resultado, a ausência de espaços residenciais adequados e, financeiramente acessíveis, levou a população a se instalar em áreas fora da ocupação formal, resultando na criação de moradias em favelas urbanas. A capital do Piauí, estado do Nordeste do Brasil, sofreu forte expansão na década de 1970, com o surgimento de novos polos de densidade populacional e, juntamente com eles, o aumento dos setores de pobreza na cidade, de forma mais intensa desde a década de 1990. Neste período surgiram diversas ocupações espontâneas na capital, dentre eles a Vila Irmã Dulce, atualmente com 3.019 unidades habitacionais, na zona Sul de Teresina, além das vilas Santa Bárbara, 1.800 domicílios, na zona Leste, e Vila Alto da Ressurreição, 3.000 domicílios, zona Sudeste da capital. Assim, uma vez que a falta de moradia atinge milhares de brasileiros, há a necessidade de estudos voltados para a questão da moradia e da regularização fundiária, não só em Teresina, mas em todo o país. Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo analisar a presença dos assentamentos urbanos informais, seu impacto ambiental e sua influência na transformação do espaço urbano da cidade de Teresina, Piauí. Como objetivos específicos têm-se discussão sobre aspectos da gestão urbana voltados para o direito à cidade, enfocando a informalidade habitacional, além disso, identificar os assentamentos informais e verificar sua inserção urbana na cidade de Teresina, ainda, analisar a expansão do espaço urbano da capital do Piauí, a partir da inserção das ocupações espontâneas na cidade. Além do mais, avaliar a implantação no espaço urbano das ocupações espontâneas estudadas e, caracterizar os assentamentos informais estudados, enfocando o processo de ocupação e a relação de seus moradores com a comunidade. Para isso, foi realizada coleta de documentos em agências públicas, como a Prefeitura de Teresina e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além da visita de campo nas referidas comunidades com aplicação de entrevista semiestruturada e registros fotográficos. Foram elaborados, através do software ArcGis, versão 10.3, mapa com a expansão urbana da cidade além da inserção dos assentamentos urbanos informais na cidade de Teresina. Foi observado que o processo de urbanização das cidades brasileiras levou a produção de espaço urbano
desigual, com as periferias, desprovidas de serviços urbanos e infraestrutura, ocupadas por habitações populares, sejam públicas ou privadas. Embora, tenha havido melhorias significativas, quanto a políticas urbanas no país, especialmente nos anos 2000, elas não foram devidamente implantadas. Desta forma, como consequência, ocorre uma produção do espaço urbano desordenado, em que o Estado não tem controle do uso da terra e o mercado imobiliário é o agente dominante. Assim, a população desprovida de acesso à terra formal, busca a informalidade como alternativa, portanto, há uma produção, cada vez maior, de assentamentos urbanos informais no espaço urbano da cidade de Teresina, distribuídos por todas as quatro regionais da cidade, sejam nas áreas centrais ou nas periferias. Diante disso, há uma necessidade constante de estudos voltados para a problemática da regularização fundiária.