Os espaços livres públicos urbanos são essenciais para a obtenção da qualidade de vida humana e sustentabilidade da cidade, proporcionando, além de espaços de convivência e de lazer, áreas com vegetação, que contribuem para a redução de temperatura e para a drenagem urbana, sendo contribuindo para o equilíbrio urbano. Assim, representam espaços geossistêmicos que caracterizam e qualificam a cidade, devido às suas funções sociais, ambientais e culturais, mas que precisam estar distribuídos de forma equitativa na cidade, além de acompanhar o processo de crescimento urbano. Embora a cidade de Teresina apresente quantidade significativa de espaços livres públicos de lazer e recreação, como parques e praças, observa-se que, muitos bairros não têm espaços livres. Percebe-se, ainda, que a quantidade existente, muitas vezes, é insuficiente em relação à população, resultando em distribuição desigual. Ressalta-se, então, a necessidade de estudos para compreender como se encontra a relação entre o número de habitantes e a quantidade e qualidade dos espaços livres públicos. Desta forma, o objetivo geral neste trabalho foi analisar a distribuição dos espaços livres públicos de lazer e recreação, como praças e parques, na cidade de Teresina, Piauí e a contribuição destes espaços para a qualidade de vida e sustentabilidade urbana. Como metodologia, foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, abordando periódicos científicos, livros e teses e dissertações. Foram coletadas informações em órgãos e instituições de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em instituições governamentais municipais e estaduais, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em que foram obtidos dados censitárias e imagens de satélite de sensoriamento remoto. Foi realizado, ainda, levantamento de legislações, em nível Municipal, Estadual e Federal, como também, de normas existentes relacionadas à preservação de áreas verdes, ao projeto e construção de espaços livres. Para elaboração dos mapas, que será utilizado para a discussão da distribuição dos espaços livres na cidade, foi utilizado o Sistema de Informação Geográfica (SIG), com auxílio do software QGis 3.36.2. Também, será realizada visitas in loco, em áreas escolhidas, para registro fotográfico, visando o conhecimento da realidade. Foi constatado que a distribuição espacial das praças e parques em Teresina ocorre de modo irregular entre as diversas Superintendências de Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD). Na Zona Centro encontram-se maior número de praças, mas a população é menor. A zona Leste apresenta o maior número de praças e parques, porém concentrados nos bairros mais antigos. A zona Norte, dispõe de ampla cobertura, mas com má distribuição dos espaços, enquanto na zona Sudeste observou-se a menor quantidade de praças. Já na zona Sul, o crescimento populacional e expansão urbana não foram acompanhados pela criação de espaços públicos adequados. Foi constatado que esses espaços são insuficientes para atender a demanda da população por espaços de socialização, lazer e recreação, existindo correlação de desigualdade na distribuição e disponibilidade, principalmente para as regiões de ocupação mais recente. Ressalta-se, então, a necessidade da implantação de estratégias urbanísticas de visão sistêmica, voltadas para espaços livres urbanos públicos, visando uma gestão eficiente e manutenção destes espaços.