As plantas empregadas para fins terapêuticos e comercializadas na feira
de Oeiras são importantes localmente nos cuidados com a saúde da população.
Visando conhecer as espécies vendidas, foram realizadas entrevistas com os sete
signatários que comercializavam etnoespécies medicinais na feira livre de Oeiras/PI,
por meio da aplicação de formulários semiestruturados e calculou-se os índices de
similaridade, diversidade de Shannon-Wiener e de riqueza de espécies usando-se o
software Biostat 5.0. Para o Consenso do Informante, foi calculado o Nível de
Fidelidade.Identificou-se 64 espécies, pertencentes a 35 famílias, com maior
representatividade para Fabaceae e Caesalpinia L. foi o gênero de maior destaque.
Os órgãos vegetais mais usados foram folhas (31,36%) e caule (16,56%) e a forma
de preparo prevalente foi o chá decocção (25 espécies) e infusão(17). Ximenia
americana L. apresentou maior concordância de uso e Amburana cearensis
(Allemão) A. C. Sm.) foi a mais versátil. A citação mais usual foi para o tratamento
de sinais e sintomas de transtornos dos sistemas respiratório e geniturinário. Além
do uso terapêutico, 9 espécies foram referenciadas para uso mágico-religioso.
Verificou-se que a feira livre é um importante espaço de manutenção, (re)
construção e difusão da cultura local, acerca do uso de plantas medicinais. As
políticas públicas de saúde devem incluir estes espaços na criação de uma
normatização e orientações específicas que assegurem a permanência dos
vendedores nestes locais e o uso seguro e sustentável dos recursos da flora.